segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Conhecer 2

Para conhecer melhor Deus, tenho me envolvido em algumas leituras. Estou lá pea metade do livro Conhecimento de Deus, de J. I. Packer, que até agora tem sido uma leitura muito agradável. E também tenho lido mais a Bíblia. É possível que algé considere meus esforços inúteis, pois Deus se sente profundamente de maneira mais simples e sem esforços, como em um momento de oração silenciosa, ou ao contemplar a criação.

Eu mesma acreditei nisso. Alguns de meus conceitos (que me levaram a ser bem superficial) foram destruídos quando li C. S. Lewis. Resumindo tem uma parte em que ele conta que uma pessoa vai à praia e diz conhecer o mar. É bem verdade, pois a pessoa pode ter nadado, sentido a brisa.

No entanto, diz o escritor, o mar é mioto mais do que aquela simplória experiência. É possível tomar um barco e sair navegando em lugares inesperados e contemplar sua imensidão. No entanto, para que a viagem seja bem aproveitada, é preciso que a pessoa tenha um mapa. Qualquer pessoa, mesmo a que conhece apenas a praia, sabe que o mapa não é o mar. Ele não pode ser um papel de alguns palmos, pintados de azul. Com pouquíssimo conhecimento no assunto, todos podem dizer que o mar é muito mais do que aquilo. Meso assim, o mapa é um meio de conhecimento do mar.

E aprender sobre Deus é assim. Ler livros não me leva a Deus por si só. Não conheço Deus pelo estudo, pela teoria. Mas preciso estudar, para sair da limitação da praia e me lançar no mar. Quero conhecer mais, por isso tento saber mais. Dedico a Deus minha curiosidade e a vontade de ter conhecimento!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Conhecer

Por essas terras, parece que é sempre importante conhecer pessoas. Somos gente que ama amizades, coleguismo. E sempre temos tempo para confraternizações e festas. Nos negócios, é fundamental manter uma network atuante, para alavancar a carreira.

Mais do que isso, quem é amigo das pessoas certas desfruta de mais facilidades, principalmente nos meios políticos. Daí é que saem indicações para altos escalões, algumas até mesmo desacompanhadas da competência, que deveria ser quesito principal. Razão: amizade, camaradagem, troca de favores, interesses recíprocos, sei lá. Sei que pode ser grande coisa ser amigo íntimo do presidente.

O principal convite do humano é dessa natureza: é para ser amigo de um poderoso. Aliás, Todo-Poderoso. Aceitar esse chamado é algo de muita honra, de muita glória. Quem mergulha de verdade nessa grande missão vai ter contato com algo maravilhoso, como Paulo relata, ao considerar tudo como esterco perto da sublimidade do conhecimento de Jesus.

Esse conhecer promete durar a eternidade, nas palavras do próprio Jesus: "e a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deu verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (jo 17:3).

Ainda não julgo que estou nem na beirinha do início dessa missão, ainda me esforçarei mais. Enquanto isso, convido o leitor para a jornada.Para persuadi-lo, uso palavras de Spurgeon, um pregador que arrebatou o coração de milhares, em pleno século XIX. Diz ele: "você quer esquecer sua tristeza? Quer livrar-se de seus cuidados? Então vá atirar-se no mais profundo mar da divindade; perca-se na sua imensidão, e sairá dele completamente descansado, reanimado e revigorado".

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Espírito natalino

Falta um mês para a comemoração esperada do Natal. E justo hoje estou lendo o livro "O conhecimento de Deus" numa passagem que fala sobre o que é o espírito natalino. Ele lembra que na realidade trata-se de um momento em que aquele que subsistia na forma de Deus resolveu esvaziar-se de si mesmo e nascer no meio da pobreza para depois encontrar seu lugar na cruz.
Como não posso encontrar melhores palavras para descrever esse trecho que me deixa um tanto constrangida (por ainda não vivê-lo verdadeiramente e por completo), passo a citá-lo:
O espírito natalino não resplandece no cristão esnobe, pois é o espírito das pessoas que, como seu Mestre, vivem inteiramente dedicadas ao princípio de tornar-se pobres - gastando e sendo gastas - para enriquecer o próximo, dedicando tempo, esforço, cuidados e interesses para fazer o bem aos outros - e não apenas para seus amigos - conforme a necessidade do momento.
São poucos os que demonstram esse espírito na essência. Se Deus, por misericórdia, nos avivar, uma das coisas que ele fará será tyrabalhar esse espírito em nosso coração e em nossa vida. Se quisermos um despertamento espiritual em nós mesmos, uma das primeiras providências seria procurar cultivar esse espírito. "Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que a por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos" (2Co8:9). "Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus" (FL2:5). "Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, quando dilatares o coração" (Sl119:32)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Crer

O que quer dizer crente? É o que crê. Ninguém hoje em dia gosta da palavra, que está um tanto estigmatizada. No entanto, cada vocábulo tem seu sentido na língua. Eu particularmente gosto dessa palavra por esse motivo.
Numa sociedade em que as pessoas optam por não acreditarem em mais nada, um passo de fé é o que distingue o crente. Todo mundo já sabe: "Jesus te ama" ou "Ele salva". Não há quem nunca ouviu tais palavras. No entanto, poucos optaram por dar um passo além da linha do conhecimento e, de fato, crêem de todo o coração.
É difícil isso no mundo dos espertos, no meio de tanta desconfiança das pessoas que são vivas. Por isso, ao se falar de crente, associa-se a idéia de dízimo do pastor e os maus crentes que andam por aí. Há ainda uma falta de fé nas coisas em geral. Não se acredita ais em um mundo melhor, nas pessoas, no futuro.
Mesmo diante disso tudo, o desafio de Jesus permanece inalterado: é crer. E quem opta por "crer", e deixa de lado o apenas "saber", entra em um mundo fantástico de mudanças interiores executada pelo próprio Deus. O resultado é amor, alegria, paz, mansidão, domínio próprio...
Depois de dar um passo incerto no desconhecido, o novo crente tem acesso a um mundo inteiro de luz. E como é bom passar a enxergar a verdade das coisas. Esse é o cristianismo.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Aslam


Quem lê ou vê as Crônicas de Nárnia sabe que nada é melhor do que os encontros entre as crianças e o grande leão. Ficamos sempre à espera desse momento. Em nosso mundo é assim também, falta-nos a simplicidade das crianças, para aproveitarmos bem a companhia. Veja a beleza de um desses maravilhosos encontros:

Com o coração batendo descompassadamente, levantou-se e avançou para lá. Pairava na clareira m certo murmúrio como o que faz ventania na copa das árvores, ainda que não corresse nem a mais leve aragem. Mas também não era o sussurro costumeiro da folhagem. Lúcia sentiu que naquele murmúrio havia uma certa melodia, que todavia não conseguia captar, assim como na véspera não fora capaz de entender as palavras, quando as árvores pareciam falar-lhe. Mas já não podia haver dúvida de que as árvores estavam andando... passando umas pelas outras e cruzando-se como se executassem uma complicada dança campestre.
Já estava quase entre as árvores. A primeira para a qual olhou pareceu-lhe ser não uma árvore, mas um homem enorme, de barba desengrenhada e grandes tufos cabeludos. Isso para ela já não era novidade, e ao e assustou. Mas, quando voltou a olhar, a árvore, se bem que continuasse a mexer-se, era apenas uma árvore. O que não percebia era se tinha raízes ou pés, pois quando as árvores se deslocam não andam na superfície a terra: deslizam por dentro Del, como fazemos na água. O mesmo aconteceu com todas as outras árvores. Num momento, pareciam encantadores gigantes, forma que assumem quando qualquer poder mágico as chama plenamente à vida. Logo em seguida, voltaram a ser simplesmente árvores. O engraçado é que, como árvores, eram árvores estranhamente humanas, e, como as pessoas, eram estranhamente folhosas e ramalhudas... e o tempo todo aquele ruído alegre, nascente, rumorejante.
– Estão quase despertando! – disse, sentindo-se ela própria mais acordada do que nunca.
Meteu-se pelo meio, muito confiante, dançando e saltando para um lado e para o outro, temerosa apenas de que algum daquele gigantescos dançarinos esbarrasse nela. Ma isso só a preocupava um pouco, pois seu desejo era ir além das árvores, ao encontro de alguma coisa, porque fora de lá que chamara a voz querida. Não demorou a atingir o outro lado, perguntando a si mesma se tivera de afastar os ramos com as mãos eu se fora levada pelos gigantescos dançarinos. Finalmente saiu da mobilidade confusa dos maravilhosos contrastes de sombra e luz.
Em redor de um macio relvado, árvores negras bailavam. E então... que alegria! No meio delas, o Grande Leão, branco de luar, projetava uma enorme sombra escura.
Se não fosse o movimento da cauda, poderia ser tomado por uma estátua. Lúcia nem sequer pensou nessa hipótese. Nem um instante duvidou... Correu para ele. Não podia perder um só momento. Envolveu-lhe o pescoço com o braço, beijando-o, enterrando a cabeça no sedoso pêlo de sua juba.
– Aslam! Querido Aslam! – soluçou. – Até que enfim
!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Boa notícia!

Tenho certeza de que esse título reúne duas palavras que, quando juntas, chamam muita atenção. É exatamente um dos maiores desejos que movem as pessoas todos os dias. Para isso, compro o jornal. E, porque não a encontro, o fecho sempre, desamparada. No jornalismo, aprendemos que a notícia é um dos grandes valores humanos. Em todas as culturas, em todos os tempos, as pessoas sempre querem saber quais as novidades do contexto que a cerca. Se a notícia é boa então, é lucro dobrado.
O mundo hoje caminha apressadamente ignorando uma boa notícia que se propaga há milênios a uns poucos que preferem o caminho estreito. É o evangelho. Está na origem desta palavra, no sentido de sua formação, a idéia de uma novidade que é boa. E qual a novidade? Que os que choram serão consolados, os fracos são fortes, os loucos são sãos, os condenados à morte terão vida eterna. Os pecados podem ser perdoados gratuitamente, a vergonha e a culpa, esquecidas.
Ainda não encontrei uma novidade melhor, nem um assunto melhor para falar. E olha que tenho alguns muito bons!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Solitude

Há tempo para tudo. Assim inicio uma reflexão diária que tenho sobre uma fase singular que estou vivendo com o máximo de alegria e simplicidade. Todos os dias, não tenho feito o que quero, mas cumpro um ritual de disciplina em meus estudos. E com os livros passo minhas manhãs e minhas noites, meus sábados e até meus domingos. Sempre com aquela impressão que ainda falta muito para fazer.
Fico só, quase não converso, não encontro meus amigos. Adio ligações urgentes, recuso convites de festa, não acesso o Orkut, quase não respondo e-mails, não tenho tempo de atualizar meu blog. Tem dias que almoço só, e gasto meu dinheiro com livros. Esse é o lado ruim. Mas tem também seu lado bom: estou evitando ir ao médico fazer uns exames e adio ao máximo o dia em que o dentista vai retirar meu siso. Gasto tempo meditando e obtenho de Deus o sustento diário para não me desgastar com ansiedade.
Faltam dois meses para minha redenção. Enquanto isso, aprendo que até mesmo estudar pode ser para a glória de Deus. Estou certa que sim. Deus conhece meu coração e meus motivos. Ele tem me sustentado.
Aos amigos (e aos meus possíveis poucos leitores), peço um pouco de paciência. E compreensão. Logo termino minha travessia. Aguardem-me e suportem-me. Não desistam de mim.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Deus

Como definir uma pessoa que não se vê, não se compreende completamente? Como é possível amá-la sobre todas as coisas? Esse é o desafio maior do cristianismo hoje. Pelo menos, tenho grandes razões para pensar isso.
Já houve um tempo em que as pessoas tinham medo de Deus, outros em que se acreditou que ele não existia. Hoje a questão é outra. Cada um faz uma definição dele, como se ele mudasse de acordo com o egoísmo de um e outro. Quando as pessoas vão falar de Deus numa discussão, normalmente usam verbos em primeira pessoa: “Eu acho que Deus...” ou “eu vejo Deus como...”. É comum as pessoas falarem “eu concordo”, “eu sempre pensei isso”. E o eu vai moldando um imaginário sobre Deus.
Como então amar um conceito tão subjetivo, como amá-lo acima de todas as coisas? O segundo desafio do cristianismo – de amar o próximo como a si mesmo – ainda é um grande problema para pessoas que são tão egocêntricas. Mesmo assim, ainda é possível ver iniciativas em defesa da vida, dos direitos humanos. As pessoas ainda se convencem de alguma forma sobre seu relacionamento com o outro.
Mas e Deus? Ele se molda segundo nossos pensamentos? Se ele é como prega a Bíblia – como ele de fato é – não nos restará nada além de nos rendermos em algum momento de nosso relacionamento com ele. Rendição, prostração, negação de si mesmo, humildade. Impossível agir diferente disso diante dele. Se isso não é assim com a maioria das pessoas, penso que não se pode dizer que elas tenham um relacionamento de verdade com ele.
Falta uma consciência de Deus, fora da cegueira insana que ocorre quando a pessoa está guiada por si mesma.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Fanatismo

Às vezes escrevo sobre crentes que me dão vergonha. Por que não hoje escrever sobre os que me dão muito orgulho? Outro dia estava num restaurante almoçando quando passou um vestido num terno surrado e com a Bíblia na mão. Ele se aproximava de onde as pessoas estavam comendo e gritava: “Jesus te ama e quer salvar você!” Gritou várias vezes e saiu, causando olhares constrangidos e um tanto de perplexidade.


Mas confesso que dele não senti nenhuma gotinha de orgulho. Não sei bem o que senti. O que importa é que uma moça almoçava com dois colegas na mesa da frente, no local mais próximo de onde o homem gritou. Seus companheiros de refeição começaram a criticar a atitude do homem e falaram que ele era um fanático desmedido. E aí ela falou que também era uma crente fanática.
Perplexos seus colegas afirmaram que ela era uma pessoa bem equilibrada, que não ficava gritando por aí e tal. Ela disse que sempre fala de Deus para as pessoas e vive uma vida com grande dedicação a Deus, que busca servi-lo em todas as atitudes, que não mede sua fé, pois pratica tudo o que prega e acredita. E, a partir da gritaria daquele crente, ela passa a falar de Deus aos descrentes. Como gostei de ouvir aquelas palavras!


Muitas vezes nossa época louca nos deixa ludibriados, e acabamos com a idéia que Deus deve se conformar dentro dos espaços, da agenda e das condições que damos a ele. Os colegas de minha amiga crente falavam que eles acreditam que Deus é uma luz, uma boa lembrança, uma alma caridosa e sei lá, aquelas coisas que as pessoas gostam de dizer sobre ele. Como se Deus mudasse cada hora de forma, segundo a visão egoísta do umbigo de cada indivíduo dessa terra. Minha heroína do almoço manifesta quem Deus é. E ela se prostra diante dele na frente de todos, sem medo de ser estigmatizada. Essa é fanática mesmo, como eu sonho ser sempre.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Como agradar a Deus no meu dia-a-dia?

Essa é a questão que não quer parar de ecoar em minha cabeça. Penso e repenso. Ainda não descobri a resposta, mas, como o objetivo desse blog não é ser absoluto, vou colocar algumas idéias que tem me passado pela mente. E você, leitor, julgue e me dê sua opinião. Quem sabe assim você me ajuda a servir ao Senhor de forma mais agradável.

Sei bem como servir a Deus daquela forma que ele mais nos esclarece na Bíblia: orar, pregar o evangelho, me atentar às escrituras, etc. Mas e quando estou lá, sentada na frente do computador no trabalho? Como tenho que passar horas escrevendo coisas mais técnicas do que meu blog, fico confusa ao pensar que muito do meu dia foi desperdiçado com coisas que não me levam a meu propósito. Então tenho me esforçado para trazer a glória de Deus para a minha rotina. Veja meu plano e avalie se estou no rumo:

1- Estou finalizando uma edição da revista nesses dias. Eu falei ao Senhor que queria levar adiante a idéia do versículo que fala que tudo o que formos fazer, devemos fazer de todo o coração, como sendo para Deus e não para homens. Aí eu faço o serviço com o mesmo carinho e alegria que dedico às coisas de Deus.

2- Aprendi que a resmungação rotineira do brasileiro não agrada a Deus. Então fico me vigiando para não reclamar dos prazos, do dinheiro, do patrão e do tempo seco. Sabe o que quero? Ter um coração alegre que vejo em alguns crentes simples e sem fama que conheço e que servem muito de exemplo para mim, porque refletem a beleza que vejo em Jesus.

Sabe que estou pensando em dedicar a Deus as horas de estudo que tenho investido em concursos? Não sei se estou no caminho certo. Mas, Deus é quem avaliará meu coração.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Digno?


Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro do Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados. Ef 4:1

Esse versículo gera em mim um sentimento meio estranho. Talvez medo. Como ser digno? Todos os dias começo pensando que devo agradar mais a Deus, agir para sua glória. Mas logo no início da manhã, uma dose de realidade aparece diante de meus olhos, roubando a atenção que devo dar às coisas ainda mais reais, as que são eternas.


E depois não sei se chego a me comportar de um modo digno. Não é que roube, mate ou algo assim. É que o que Cristo nos chamou para ser é tão maior, que me parece estranho pensar que fui digna disso apenas porque não menti, não trapaceei, não bebi e não fumei. Fosse só isso, eu acho que seria muito sem graça ser cristã. Mais um monte de leis que apontam uma conduta. O que faz de meu chamado uma aventura é saber que ele começa aqui e não acaba ali. E eu nem sei exatamente o que será de mim daqui para frente, pois o conhecimento de Deus é algo incrível, que deixa as outras coisas dessa vida tão pequenas!

Nessa caminhada sei de três coisas. Uma delas é que ainda demorarei a ser considerada digna de algo tão grande como o evangelho. Outra é que Deus, sim, é digno. Porque Dele, por meio dele e para ele são todas as coisas. E sua graça me alcança com braços envolventes, que me levam para cima e adiante, numa expectativa infinita de ser eterna.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Junto ao verbo

Deus ama os advérbios. Acho que li isso em um livro do Phillip Yancey, e minha perspectiva sobre as coisas foi mudada. Advérbios são palavras que acompanham outras, normalmente verbos, e dão qualidade a elas. Exemplos: normalmente, bem, fervorosamente, mal, etc. Mas Deus não gosta de advérbios porque gosta de gramática. Ele quer sempre saber de nosso coração. Então, ao ver a forma como fazemos as coisas, é possível saber também a motivação que há em nosso coração.
E a Bíblia nos desafia a fazer todas as nossas atividades de todo o coração, como sendo para Deus e não para homens. Há cristãos que acreditam que importa para Deus apenas o sacrifício e o "pagar o preço". Será que Deus realmente se alegra com um sacrifício resmungado? Ou com a atitude de uma pessoa que, por exemplo, lê a Bíblia displicentemente, apenas porque precisa, para pagar o preço? Será?
Em outra passagem bíblica, Deus diz sobre seu povo: "Esse povo se aproxima de mim com a boca, me honra com os lábios, mas o coração está longe de mim. A adoração qe me prestam é feita só de regras ensinada por homens". É. Houve tempos em que eu queria fazer o melhor para Deus, mas me ensinaram que isso era muito custoso e sofrido. Então eu fazia tudo sofridamente, obrigadamente. Sempre eu estava dando a última gotinha de meu sangue em um imenso sacrifício, mas sem o mesmo amor que motivou o de Jesus. Ah! Como foi bom redescobrir que eu poderia servir a Deus com alegria.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Será que eu morreria?

Uma música embala minhas longas viagens de carro nos últimos dois dias. É do Petra. Fala "I don´t know if I could even think I would if I had to die for someone else like me". Me perdoe quem sabe inglês mais do que eu, mas grosso modo ele diz que é até difícil ele pensar na hipótese de morrer por alguém, caso fosse necessário. Isso porque, explica, ele passa o dia cuidando de si: não brinca com fósforo, olha para os dois lados quando atravessa a rua.
Interessante. O exemplo de Jesus nos pede sacrifício, nos pede cruz. É algo que pratico quando acordo às oito da manhã no domingo para ir à escola dominical.Mas será mesmo que morreríamos por um pecador, como ele? Não sei vocês, mas eu também fico cuidando tanto de mim... Durmo cedo, não como gordura, procuro não ficar horas sem me alimentar. Daí vem outra pergunta: será que morreríamos pela causa de Cristo?
Não sou perfeita, mas sei que Deus quer de coração que eu seja. Que eu seja como Jesus. E eu quero ser como ele, o que me faz ver meus defeitos com clareza cada vez maior, pois naõ sou. Repito como o cara do Petra: "I don´t know". Mas eu quero! Eu quero ter o mesmo sentimento que havia em Jesus! E ainda precisarei morrer mais e mais para mim mesma.E ainda agradecerei a Jesus, por ele não ter sido como eu sou e ter tido essa coragem. Sim, amigos, ainda quero ver o mundo da perspectiva dele e oferecer mais de mim a Deus e aos outros.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Precisarei concordar com o matemático

Me perdoem o atraso, mas o tempo está um pouco escasso nessas semanas. Enfim eis meus comentários finais sobre o matemático da revista VEJA da semana passada (que prometi fazer na última postagem).
Admito que critiquei muito o cara. Lamento pelo homem pós-moderno, que acha que só esse mundo físico é tudo. No meu entender é, no máximo, alguma coisa.

Mas não foi isso o que eu gostaria de comentar. É mais um ponto de vista dele que concordo plenamente e, por isso mesmo, morro de vergonha dos cristãos de hoje. Veja só:

"Recebi vários e-mails de leitores religiosos que admitiram que os fiéis têm de se confrontar de algum modo com os argumentos que apresento. Eles recorrem a outra linha de argumentação: dizem que a religião é uma tradição, que une as pessoas, que dá conforto, e é uma fonte de ideais elevados. Eu não discordo. O problema com os cristãos moderados é que eles fazem uma leitura seletiva da Bíblia, acreditam neste ou naquele ponto e discordam de outros. Mas como escolher os pontos da Bíblia que vale a pena sustenar e aqueles que devem ser rejeitados? Basicamente, essa escolha é deita com base em critérios seculares. A aceitação dos gays por algumas igrejas, por exemplo, não responde à tradição religiosa, mas a uma imposição dos valores seculares. Então, pergunto: por que não ser completamente secular?"

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O pequeno mundo da razão e o grande da fé

“Se as pessoas gostassem mais de matemática, pensariam com mais rigor. Isso faria com que pusessem muitas de suas crenças em xeque.”

Isso é o que se pode ler nas páginas amarelas da revista VEJA desta semana. Uma frase lamentável. Não entendi algo até hoje: por que tem gente que quer que sejamos sempre tão racionais? Fossemos esse ser tão cheio de rigor, talvez não precisaríamos de Deus. Imagino que os computadores não precisam de religião. Se as coisas fossem como pensa esse matemático, para que cadeias, asilos? Pra que direito, literatura? Seríamos exatos, precisos, eternamente do mesmo jeito.

Ainda não entendi porque a matemática seria o oposto da fé. Não sei se é porque não gosto dela, mas, para mim, a matemática é uma linguagem que pode ser usada para explicar algumas coisas. Não sei explicar matematicamente porque sinto medo ou a razão de uma mãe abandonar um filho, de uma pessoa consumir drogas. Mas pela fé, posso aceitar que há uma força que puxa tudo para baixo, porque a fé não é de tudo irracional. Mas os defensores da razão querem ser o tempo todo sem fé.

Vivendo aqui na terra esses poucos anos, deu para perceber que as coisas do homem não são só a razão. Uma pequena parte o é. Mas e o resto? Daríamos as costas ao resto das coisas como se elas não existissem, porque não as explicamos e não as percebemos por fórmulas ou teorias. Se Deus fosse matemática, não estaríamos todos à busca dele na igreja, mas sim numa universidade!

Aos amantes da matemática, ofereço a chocante realidade da irracionalidade das coisas. Vivemos em um conto de fadas? Possivelmente. Num lugar cercado de seres maravilhosos ou histórias inexplicáveis que não foram contempladas porque a razão os cegou. E num universo que a lógica pode ser uma outra muito maior ou mais elaborada do que pensam seus dois mais dois.

Cito G. K Chesterton, um de meus heróis favoritos, “a imaginação não gera a insanidade. O que gera a insanidade é exatamente a razão. Os poetas não elouquecem; os jogadores de xadrez sim”. E ainda: “aceitar tudo é um exercício, entender tudo é uma tensão. O poeta apenas deseja a exaltação a expansão, um mundo em que ele possa se expandir. O poeta apenas pede para pôr a cabeça nos céus. O lógico é que procura por os céus dentro da sua cabeça. E é a cabeça que se estilhaça.”


Ainda voltarei a falar dessa entrevista nesta semana.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Produção sem profundidade

Fiquei vários dias sem dizer uma palavra virtual neste blog. Razão? Crise! Não sei escrever pensamentos tão desordenados assim como os que me ocorrem. Então, poupei o leitor da grande bagunça que está minha mente. Hoje resolvi abordá-la para que não se pense que eu abandonei a idéia de escrever com alguma periodicidade.
Na realidade, penso que deveria escrever mais, ou melhor, buscar mais inspiração do Espírito para que os dizeres sejam encharcados de sua presença. E a razão da crise é que estou estudando os grandes pregadores avivamentalistas do século XVII. Um deles pregava diariamente para multidões de milhares de pessoas antes de haver microfone. Outro causou tamanho impacto em uma cidade que, por seis anos, não houve bailes e teatro por lá. As pessoas devem ter pensado muito nesse período. Teve um que pregou para cem milhões de pessoas em sua vida (repito: sem microfone).
Hoje vejo pregadores midiáticos, uma enchente de pregações por todos os lados. Muita produção, pouca profundidade. Mas não falarei dos outros, não. Falarei de mim mesma. Pouca profundidade, pouco conhecimento. E vários dias na semana sem pregar o evangelho, pensando em contas, emprego e até em serviços domésticos. Em tudo no mundo, menos em minha paixão.
O que nos falta? Será que estamos com medo de perder o mundo inteiro, mas ganhar nossa alma? Desculpe-me a inconsistência do posicionamento, mas hoje terminarei na incerteza.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Olhai os pássaros do céu!

“Vejam os passarinhos que voam pelo céu: eles não semeiam, não colhem, nem guardam comida em depósitos. No entanto, o Pai de vocês, que está nos céus, dá de comer a eles”.


Para facilitar minha observação sugerida por Jesus nesse versículo bíblico, Deus deixou dois passarinhos caírem de um ninho que fica em uma árvore em frente a minha casa. Eram pretos e bem novinhos, ainda não sabiam voar. Ficaram lá no chão o dia todo, de forma que eu realmente passei a observá-los o tempo todo. Como comeriam? Onde dormiriam? Para onde iriam?
Para a primeira pergunta, logo eu soube a resposta. A mãe sempre passava e os alimentava no bico. A noite chegou. Eu tinha ido trabalhar a tarde e voltei apressada para ver o que havia acontecido. Para minha surpresa, eles estavam dormindo na grama, que não é lugar para eles. Preocupei de novo. Mas não havia o que fazer. Fui informada que, se eu os tocasse, a mãe não os alimentaria mais. Fui dormir, mas perdi o sono. O que seria deles no frio, no vento e expostos a gatos de telhado?
Antes de amanhecer, fui vê-los. Estavam fracos e lentos. Seria o fim? Quando o dia chegou, para minha surpresa e maior preocupação, havia mais dois que caíram do ninho recentemente. Os do dia anterior se fortaleceram com o sol, logo estavam animados e cantando de novo. Os mais novos também participavam da festa. Quando voltei de noite, havia apenas um, que dormia na grama. Colocamos uma caixinha por cima dele, para proteger de gatos e do sereno.
No dia seguinte, já não havia mais nenhum. Nem a mãe voltou mais ao ninho. O gato certamente não os pegou, pois não vimos penas, nem vestígios de morte. No meio desse tempo de aventura, lembrei desse versículo. Eu nunca saberia o que iria ocorrer com eles, mas Deus sim e providenciava sua comida. Eu tinha receio de que Deus não fizesse seu trabalho. Estranho, né? Se ele não fosse cumpridor de seu trabalho, não haveria pássaros, árvores, nem eu mesma, para observá-los. E o melhor da lição fica para a frase seguinte do ensinamento de Jesus:

“Será que vocês não valem muito mais que os passarinhos?”

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Arrependimento

Li que quanto mais nos aproximamos de Cristo, mais nos damos conta de nossos pecados, erros e natureza má. Por algum tempo, um cristão pode até estar certo de que não há erros para serem consertados. Há erros sim, ele reconhece, mas só aqueles que são esperados e devidos à natureza humana. Nada que exija uma meditação extra, pois ele não está matando, roubando ou se prostituindo. Há mentirinhas, preguiça, murmuração e egoísmo. Nada demais se olharmos o vizinho.
O problema todo é o referencial. Qual deve ser o do cristão, senão o próprio Cristo? Quando olhamos para ele, tudo muda de figura. Ao retornar a atenção para dentro de nós, vemos fraqueza e trevas. Um desejo gritante por ser diferente. Uma necessidade de arrependimento, que só pode ser conquistada e comprovada por mudança espiritual e de ações.
Não sei muito sobre teologia, mas acredito que esse sentimento que deve guiar a ética cristã. Não é a condenação, o medo do inferno. Mas somos atraídos pela luz de Cristo como insetos, pela claridade. E isso nos dá um fôlego para tentarmos a todo o custo sermos diferentes.
Quem sabe, chegar à perfeição! Uma insanidade? Talvez (esse é até meu ponto de vista). Mas é uma insanidade bem embasada na Bíblia, como convém a todas as loucuras do evangelho.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Gratidão

Descobrir o tanto que a graça de Deus é maravilhosa é a melhor parte da vida do cristão. Aliás, é o que faz do cristão um cristão. Para C.S. Lewis é o que distingue o cristianismo de outras religiões. Para Paulo, a graça basta.

Tenho louvado muito a Deus por causa de uma graça que ele me concedeu. Estou há quase um mês sem dor de cabeça. Algo comum para outros, excepcional para mim. As dores eram parte da minha rotina durante toda minha vida. Fiz tudo que pude para sarar. Gastei tempo, dinheiro e energia. Piorei. Não passava uma semana sem dor.

Cada um dos dias deste mês, tenho agradecido a Deus. Estou sem dinheiro? Agradeço, pois a dor passou. É uma alegria singular e verdadeira. Algo que me faz chegar à igreja e dizer somente de minha gratidão. Experimento graça.

Mesmo que sinta dores de novo noutro momento de minha vida, que interessa? O que experimento nesses dias é algo que não mereço, que em momentos desesperados pensei que nunca teria. Por isso tudo, tudo em mim só transpira gratidão. Nesses momentos, lembro de algo que li, de Chesterton:

Vai morrendo mais um dia
Durante o qual tive mãos, olhos, ouvidos
E o vasto mundo ao meu redor;
E amanhã é outro dia.
Por que tenho direito a dois?

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Guiado pela verdade

Por muito tempo, foi proibido pensar na história da igreja. Os livros estavam escondidos, a celebração era toda em latim. Algo um pouco complicado para uma igreja de seres humanos, naturalmente curiosos, ávidos pelo misterioso. O objetivo dessa triste iniciativa seria conter heresias? Mas uma delas não seria acreditar que o homem, imagem de Deus, deve ter pensamentos direcionados e manipulados?
De fato, toda a vez em que as opiniões não podem ser expressas e discutidas, perde-se a vida, a liberdade pessoal que é dom do Espírito. John Stott manifesta o seguinte pensamento: “A plenitude do Espírito Santo é incompatível com o antiintelectualismo. O Espírito de Deus é Espírito de Verdade. Esse foi um dos títulos que Jesus mesmo deu ao Espírito. Se quisermos estar cheios do Espírito, sua verdade será importante para nós”.
Ganhamos hoje a liberdade de pensamento. Mas isso se tornou num paradoxo. Num mundo em que tantas informações chegam a todo o tempo, nos acostumamos a assistirmos tudo passivamente, como a uma novela na televisão, sem reflexão como se não fossemos os curiosos humanos.
Jesus dizia “quem tem ouvidos para ouvir ouça” para nos apresentar mistérios em forma de parábolas. Sua proposta sempre foi de meditarmos em tudo o que ouvimos e esboçarmos nossa opinião. Hoje seu convite não é diferente. Quero navegar pelos pensamentos que o Espírito me traz, certa de que ele me guiará à verdade.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Comprovante de rendimento

Se você for chamado a declarar o que você ganhou nos últimos tempos, do que vai lembrar? São muitas as coisas que se pode adquirir no mundo moderno, quase tudo. A lista de compras e de sonhos de consumo não tem fim. Nesse contexto, torna-se cada vez mais contemporânea a célebre frase de Jesus: "Que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?".


Acho que a lógica do mundo moderno se inverteu. Quando uma pessoa vê outra buscando alimentar seu espírito, olha o pobre sujeito com desdém. E pensa no tempo que ele está perdendo enquanto poderia estar ganhando dinheiro ou aproveitando o fruto de seu trabalho. A máxima tornou-se: que aproveita ganhar a alma se perder o mundo inteiro!


Como a cultura é transmissível via ar, fica difícil mensurarmos quantas vezes não pensamos isso, nem que não seja com todas essas palavras. Por isso, quem está em pé tem que tomar cuidado para não cair. Sempre precisamos tomar cuidado para que parte da nossa casa esteja de fato totalmente sobre a rocha. Quando menos nos apercebemos, nossa construção já pode estar avançando para a areia da praia. E tudo o que é construído lá desmorona.

terça-feira, 25 de março de 2008

Eu leitura

Outro dia, soube de algo muito estranho. O pastor disse que a Bíblia é o único livro que lê a gente. Nunca imaginei um livro me lendo. Se ele me lê, o que pode ver escrito? Tive medo dos dizeres registrados em minha vida. O livro mais lido do mundo é bastante respeitável. Quando ele lê minha vida, não lê minhas matérias nem os textos de meu blog, de palavras cuidadosamente escolhidas. Lê minhas atitudes e intenções mais vis, que escondi por debaixo do tapete. Isso me fez sentir que sou uma poeirinha deformada, diante de tanta grandeza.

Esse livro me prova o quão torta tenho sido, mesmo que eu pense que fui correta. Revela aqueles detalhes que escondi tão bem que até me esqueci. E me faz desejar ser diferente. Desafia a resolver problemas já esquecidos. O único que tem acesso ao meu interior usa seu livro para me guiar por caminhos eternos.

terça-feira, 18 de março de 2008

Ao Senhor

Rendida. Não haveria palavra melhor para expressar esse momento pessoal com Deus. Lutei tanto até aqui, agora não tenho mais fôlego. Num momento de sanidade, pensei como poderia resistir ao criador de todas as coisas? Com que força eu poderia me opor a sua vontade?

Sou feita de fraqueza, de corrupção. E Ele me mostra inigualável beleza de santidade. Levo uma vida ordinária. Ele é único.

Por isso, fui a seus pés, em rendição. Entrego minhas armas. Faça, Senhor, a sua vontade. Senhor... Aquele que é dono e controla todas as coisas. Porque dele, por meio dele e para ele são todas as coisas. Inclusive sou eu.

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domingo, 9 de março de 2008

O que Deus me ensinou com a falta de dinheiro?

Sugestiva essa reflexão sugerida por Rick Warren no livro “Uma vida com Propósito”, que li ainda ontem. Nesses dias, algumas igrejas têm-se ocupado de nos ensinar que uma das preocupações de Deus é nos fazer prósperos. E assim, teremos carros, casas... Tudo no plural. Em um meio onde prosperidade é meta espiritual, difícil alguém pensar que Deus ensinaria ao usar tal ferramenta.

A leitura da Bíblia me conduziu ao contrário desse pensamento. Cada dia é mas claro para mim que Deus, na realidade, não está compromissado com nosso bem-estar e conforto. Ele quer da nossa vida muito mais do que queremos. Queremos ter uma boa casa, um bom carro e geladeira sempre farta. Ele quer nos fazer alguém melhor.

Quando sua palavra diz que todas as coisas concorrem para o bem dos que o amam, isso é uma realidade. Qual esse nosso bem, Deus sabe, não cabe a nós determinar. Afinal, quando nos convertemos, não o chamamos de Senhor?

Deus dedicou muitos versículos bíblicos para falar de dinheiro. Nos alerta sobre o perigo das riquezas. Se o perigo existia na época dele, hoje isso é bem mais preocupante, pois nossa sociedade é chamada de sociedade capitalista e de consumo. O alerta de Jesus grita muito mais alto nesses dias do que há dois mil anos.

Há alguns meses, Deus me ensina pela falta de dinheiro que eu não preciso de tantos sapatos e roupas e luxos. Que não são só cinema e restaurante que promovem a diversão. Cada dia vejo que preciso de menos. E aprendi a ser grata a Deus pelos bens mais simples de que disponho, como um bom banho quente.

Ainda quero ser como diz Paulo: “Se temos alimento e vestuário, fiquemos contentes com isso. Quanto aos que querem enriquecer, caem na armadilha da tentação, em múltiplos desejos insensatos e perniciosos, que mergulham os homens na ruína e na perdição”. Aliás, nesses dias cogitei que os cristãos deveriam gastar mais tempo fazendo campanhas contra o amor ao dinheiro do que contra aborto ou homossexualidade, segundo a prioridade de temas que o próprio Jesus estabeleceu na palavra. Esse é um mal envolvente, espalhado pelos ares e seduz desde o homossexual até o melhor dos crentes.

terça-feira, 4 de março de 2008

Isto é uma vergonha!

Vergonha. Quem jamais sentiu naquele momento decisivo de mostrar aos outros a fé que tem? Nos tempos em que a razão impera entre as mentes que se dizem sensatas, é difícil sustentar uma fé, pura e simples como ela é e precisa ser. Como manifestar em público que creio que Jesus nasceu de uma virgem? Como deixar claro a colegas e amigos que minha opção é por ter plena convicção de que Deus é o criador do mundo? E que tenho certeza que Deus move todas as coisas em meu favor?

É verdade que em nossa época, é difícil agir espírito de intrepidez e mais fácil sempre se esconder, com timidez. Em outros tempos foi mais fácil? Já no fim de seu ministério, Paulo escreve uma última epístola a seu discípulo fiel. É a carta de 2 Timóteo. Em um texto carregado de sentimento, ele adverte: “Não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu”. E ainda: “Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação”.

Não só nessa carta, mas em muitas outras oportunidades, a Bíblia adverte que o cristão não deve se envergonhar. Isso mostra que a timidez é uma grande tentação dos que crêem, em qualquer tempo. Por isso, não basta que acreditemos. É necessário ser como Timóteo e outros cristãos que lá no princípio optaram por ter coragem e ousadia. Por causa dessa atitude deles, o evangelho chegou a nós. Esse foi o posicionamento de Paulo, diante do sentimento que deve ter em algum momento tomado seu coração: “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê”.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Pressa x oração


É preciso ter pressa. Para cumprir o trabalho, para subir na vida, para pegar o ônibus, para não se atrasar. É preciso mais que pressa, porque nunca conseguimos chegar aonde precisávamos nem concluir todas as tarefas. Então é preciso ter mais que pressa e atropelar atividades que não são produtivas, que podem ser deixadas para depois.

É esse um dos maiores paradigmas do homem moderno, daquele Super-homem. Um herói, como eu pensei que eu mesma fosse e, por isso, tentei fazer tudo e mais um pouco. E tudo virou decepção. Será que o homem moderno já pensou que é feito de gente? Gente que sente cansaço, que não é onipresente ou onisciente?

Hoje “ando devagar porque já tive pressa”. Quero parar para observar o que Deus desenhou tão perfeitamente na natureza e poder tomar um chá, sentada numa tarde dessas. E anseio muito investir meu tempo em uma conversa com o Criador do Universo. Quero mais da vida do que ser um relógio. Aprendi que quando o homem trabalha, ele trabalha. Mas quando o homem ora, Deus trabalha. Sim, ele trabalha em prol daqueles que o amam.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Tudo isso é para você

Li num livro que há “dois tipos de cristãos: os que imitam a Cristo e um segundo tipo, de pouco valor, aquele que fica contente em admirar o primeiro”. É verdade. Muitos irmãos ouvem um sermão ou um testemunho e ficam extasiados. Mas logo lembram que aquelas experiências não são para ele.
Não. Não creio que foi para isso que Deus chamou um cristão. Aquele que criou todas as coisas, é fonte de toda a sabedoria, que tem pensamentos tão altos que a mente humana não conceberia um plano tão símplice. Se fosse assim, não teria morrido pelos homens, mas pelas bactérias.
Fui a uma igreja bem exótica, em que as pessoas rodopiavam como piões quando recebiam o Espírito Santo. E tinha senha para receber oração e uma revelação. Essas coisas não são muito do meu gosto, mas aprendi algo lá que me foi bastante útil para nunca ficar contente em só ver irmãos espirituais. Descobri que Deus tem uma opinião sobre nossa vida, sobre o caminho que devemos tomar. Deus fala o tempo todo, insiste mesmo com a gente. Precisamos tanto ser sensíveis a sua voz. Precisamos nos permitir tocar o sobrenatural e andar no ilimitado.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Enlouqueca!

Abra uma revista, procure uma conversa ou ligue seu computador. Mas faça isso como um cientista crítico. Por todos os lados, uma só cultura que o envolve de forma sedutora. Isso não é conversa de crente. É estudo que me apresentaram na universidade: estamos num ambiente egocêntrico, baseado no instantâneo, no prazer, no virtual. É o que eles chamam de pós-modernidade.

O conforto e a diversão se tornam justificativa para qualquer ato. Pense bem. O que você andou fazendo em procura desses dois valores? Quantas vezes você julgou que precisava de entretenimento, de obedecer seus instintos, de criar seu próprio ângulo de ver o mundo? A maioria do que achamos importante hoje não era preocupação de quem vivia no século passado. Nossos avós, por exemplo. Podemos ir além. Nem passava pela cabeça da maior parte da humanidade em todos os tempos.

Seria loucura? Não é isso que pensa o homem pós-moderno. Loucura para ele é abrir mão da livre escolha, é buscar agradar um Deus supremo e invisível. É quando uma pessoa tem uma identidade tão transformada por Deus que não se reconhece mais sem ele. É uma religião que não é só mais um aspecto da vida de uma pessoa, mas toda a vida de uma pessoa.

Não importa nossa escolha do estilo de vida, qualquer que seja ela, sempre seremos loucos. Li em Phillip Yancey um pensador chamado Vanier, que afirmou: "Todos precisamos escolher entre duas formas de enlouquecer: a loucura do evangelho ou os valores absurdos do nosso mundo". Paulo já previa isso na Bíblia: “A mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus”.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Um bêbado no caminho


Transcrevo este pequeno texto em um livro de Philip Yancey. Trata-se de um texto de Tolstoi, poeta russo, que me fez refletir muito justamente por ser uma enorme e tocante verdade que todo o cristão deveria saber. Não deixe de ler:

E quanto a você, Lev Nikolayevitch, você prega muito bem, mas faz aquilo que prega? Esta é a mais natural das perguntas, uma que sempre me é feita. Normalmente, é feita de maneira vitoriosa, como se fosse uma forma de calar minha boca. “Você prega como vive?” E respondo que não prego, que não sou capaz de pregar, ainda que deseje apaixonadamente fazê-lo. Posso pregar apenas através de minhas ações, e minhas ações são vis (...) E respondo que sou culpado, e vil, e digno de receber as críticas por meu fracasso em cumpri-las.
Ao mesmo tempo, sem ter o propósito de me justificar, mas simplesmente visando explicar minha falta de consistência, digo: olhe para minha vida atual e para minha vida passada, e você verá que não tento defendê-las. É verdade que não tenho cumprido a milésima parte deles (os preceitos cristãos), e me envergonho disso, mas deixei de cumpri-los não porque não quis, mas porque fui incapaz de fazê-lo. Ensine-me como não ser enredado pela tentação que me cerca, ajude-me e eu os cumprirei; mesmo sem ajuda, eu desejo e espero cumpri-los.
Ataque-me – eu mesmo faço isto – , mas ataque a mim, em vez de culpar o caminho que sigo e que indico a todos aqueles que me perguntam onde acho que ele esteja. Se conheço o caminho de casa e ando por ele embriagado, o caminho não deixa de ser certo simplesmente porque ando por ele cambaleante! Se não é o caminho correto, então mostre-me um outro; mas se cambaleio e perco o caminho, você deve me ajudar, deve manter-me na senda da verdade, assim como eu mesmo estou disposto a ajudá-lo. Não me leve por caminhos errados, não fique feliz por eu me perder, não se rejubile dizendo: “olhe para ele! Disse que estava indo para casa, mas está se arrastando para um pântano!”. Não, não se regozije, mas dê-me seu apoio e sua ajuda.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Muito Prazer

Sobreviveu os séculos a idéia de que o prazer não é algo para um religioso. É algo profano, que pertence aos infernos. Na idade das trevas, um cristão não poderia rir. Mal sabiam os sacerdotes da época que os céus não são assim. O nome Éden significa jardim das delícias. E quem criou o prazer foi Deus.

É como um prenúncio de que não somos feitos só de carne, mas temos um espírito. Deus achou bom quando fez a criação. Aprecia muito ter comunhão com homens. Jesus nos falou das bem-aventuranças. O diabo? Até onde eu sei, ele sente inveja e range os dentes. Essa idéia é recado para quem pensa que o inferno é um lugar bacana para se passar a eternidade.

C.S. Lewis mostra uma idéia fantástica em Cartas de um Diabo. O personagem se reconcilia com Deus ao sair para fazer algo que gostava, simplesmente porque gostava. Ele não havia saído para fazer algo para chamar a atenção de alguém, afundar as mágoas ou suprir sua carência. Ele saiu sozinho para fazer algo que gostava e encontrou Deus.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Um atraso!


Pense na idéia de chegar atrasado quarenta anos em um lugar! Difícil exercitar a imaginação, porque é mais que a metade do tempo de vida médio de um brasileiro. É um atraso e tanto. Quer saber a fórmula do atraso? Talvez seja algo que você já tem praticado muitos e muitos dias! E já esteja atrasado. Cuidado para que sua prática não te leve aos quarenta anos!

Essa prática é a murmuração. Para o dicionário, essa palavra significa, entre outras coisas, “falar contra alguém, criticar, conversar difamando ou desacreditando, soltar queixumes, lastimar-se, resmungar, apontar faltas, conceber mau juízo”. Para Deus, é rebeldia mesmo, falta de fé. Se você acredita que Deus dá bons presentes a seus filhos, como pode justificar uma boca reclamante? Perdi muito tempo com isso. Fiquei no deserto para Deus forjar meu caráter. Deus ainda terá muito trabalho com essa missão, mas posso dizer que penso e repenso antes de murmurar.

O povo de Deus ficou 40 anos vagando. “Se hoje vocês ouvirem a voz de Deus, não sejam teimosos como foram os seus antepassados quanto se revoltaram contra ele, no dia em que eles o puseram à prova no deserto” (Hb 3:8) E ainda mais: “Meus irmãos, cuidado para que nenhum de vocês tenha um coração tão mau e descrente, que o leve a se afastar do Deus vivo!” (Hb 3:12).
O que fazer no deserto? Gosto de uma musica do Casting Crowns, que em português diz: O Senhor é quem é, não importa onde eu esteja
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quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Solidão reveladora


Considere seus últimos cinco dias. Por quantas vezes você esteve sozinho? O que você fez nesse período? Podem parecer perguntas tolas, pois o que uma pessoa faz em sua intimidade não interessa a ninguém. Será? Existe um Deus que dá uma atenção especial ao que se faz no secreto. A Bíblia fala que Deus olha e recompensa a oração que é feita atrás de portas fechadas, a mão que dá sem a outra saber.


Quem é cristão bem sabe que a onipresença de Deus é uma de suas características. Se somos cristãos autênticos, nosso compromisso está em agradar a Ele e não a homens. Então, bem que deveríamos guardar nossos momentos de solidão para agradá-lo mais e mais. Merton explica que “a falta de uma intenção pura sutilmente deteriora tudo o que fazemos, de forma que metade da nossa vida se torna uma mentira. Mas fazer coisas que ninguém jamais tomará conhecimento com sinceridade, da mesma forma como fazemos as que as pessoas podem ver, indica alto grau de santidade”.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A primeira tentação

Você será igual a Deus. Essa foi a primeira tentação humana. Uma boa proposta, deve ter pensado Eva. Pode parecer o enredo de um filme lançado há algum tempo, em que o protagonista vira Deus por algumas horas. E quanta confusão parte daí. Ele fica perdido entre tantos pedidos e necessidades humanas. E o herói percebe que é muito difícil a tarefa.
Se a proposta de ser como Deus fosse como o filme, se assumíssemos a responsabilidade sobre a vida dos outros, eu acho que ninguém queria ser Deus. E todos os que passam fome? E todas as mulheres dando a luz? Cansa só de pensar.
A tentação ofertada pela serpente não é essa. É de ser Deus de si. Estar no controle de tudo. Conhecer bem e mal e assim tomar suas próprias decisões. Já planejei minha vida, será assim. Decidi que vou resolver meu problema desta forma.
Estar acima do bem e do mal é uma das maiores insanidades da pós-modenidade. As pessoas decidem qual será sua opção de carreira, vida, sexo, hora de dormir. E tem gente que vira estrela por se sentir deus, como Britney Spears.
E a humanidade a cada dia esquece de que é mortal e que há bens transcendentes que não se conquista como um capricho do momento. Se a visão estiver cheia de objetos de prazer e sonhos de consumo, como será possível ver céus e terra?

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

O lucro do diabo


Dessa vez eu falar do diabo! Não é muito do meu feitio falar dele. Nunca fui daqueles crentes que vêm ele em todos os lugares. Mas tenho me esforçado para aprender as façanhas do grande acusador dos servos do Senhor. Passei a ler o trabalho de Daniel Mastral. Para o escritor, uma das maiores farsas do diabo é convencer as pessoas que ele não existe.

Ele existe. E é mais sutil e sagaz do que a maioria dos crentes pensa. Convive há tempos com a humanidade e conhece suas fraquezas. Para Brennan Manning, ele é o grande ilusionista, que enverniza a verdade. De acordo com o autor, ele “incita-nos a dar importância ao que não tem importância, veste com falso resplendor o que é menos importante e nos desvia do que é insuperavelmente verdadeiro. O diabo nos faz viver num mundo de ilusão, devaneios e sombras”.

Não há trabalho mais lucrativo para o pai da mentira. Dizem que ele é como um ladrão que entra numa joalheria no silêncio da noite. Sem deixar vestígios do arrombamento, ele troca os preços das mercadorias. No dia seguinte, vai à loja e compra o que tem de mais precioso por preço de bijuteria barata. Assim os homens perdem a vida, a família e uma eternidade com Jesus e ganham em troca um pouco de vaidade, orgulho, prazer e poder. Será que é um bom negócio? Pergunte ao diabo!