terça-feira, 15 de novembro de 2011

Eu realmente quero?

Preciso dormir. É isso o que todos os meus nervos me dizem. Dia cheio, trabalho do curso até de madrugada, bebê convalescente depois de uma virose daquelas. Qualquer um diria que de fato chegou a hora de deixar tudo e simplesmente fechar os olhos. 
Mas como fazer isso se até agora não tirei um minuto sequer a sós com meu Deus. Eu orei em alguns momentos. E me lembrei de seus ensinamentos em várias ocasiões. Mas tem vezes que a gente canta que quer a Deus mais do que o ouro e depois não tem a coragem de parar em um momento do dia para ler e meditar em sua palavra, esperar ele falar e contar a ele nossos medos e anseios do dia. 
E aí a música deveria ser: eu te quero menos que a minha cama! 
Desculpe-me, Senhor, pelo meu imediatismo grande, pela facilidade que eu tenho em gastar tempo com coisas tão fúteis como um Facebook e pela dificuldade que eu tenho em me assentar com calma para ler sua palavra. 
Sim, já é de madrugada. Mas nunca é tarde para uma passagem bíblica, para ouvir e ver as maravilhas que Jesus operou e opera. Um parêntesis nessa realidade tão sombria e uma iluminação vinda da eternidade. Como é bom! 

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

E os religiosos

Sabe qual um dos pontos mais intrigantes do evangelho? A relação de Jesus com os líderes religiosos. Para o povo, eles estavam mais próximos de Deus, mas o próprio Deus manda seu filho, eles são incapazes de perceber e tentam matá-lo como se ele fosse um comum que apresenta uma influência sobre a multidão, seus tradicionais seguidores. Ele rompe aquela tradição que oferece a eles prestígio. Então a solução é eliminá-lo. 
Eles perguntam a Jesus: Com que autoridade fazes essas coisas? Mas seu objetivo não é ouvi-lo, compreendê-lo ou tirar uma dúvida. É arrumar um pretexto para sua condenação. A "aproximação" de Deus seria para eles uma fonte de privilégios, não de mudança de vida.
É irônico que Jesus não se comporta como ele imaginava que seria quando viesse o Messias. Eles deviam imaginar que o Messias inicialmente marcaria uma reunião com eles para articular suas novas posições no Reino, assim como um novo presidente precisa hoje de repartir os ministérios com os partidos da coalisão. 
E de repente passa um homem destruindo o mercado no templo que esses líderes apoiavam. E ele arrebata as multidões sem o consentimento deles. Sem a autorização do Sumo Sacerdote, sem beijar a mão dos escribas. Será que ainda hoje tem muito líder nessa mesma condição?

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Aprendizados de Marcos

Ler a Bíblia é sempre um desafio, pois aponta nossas fragilidades ao mesmo tempo que nos mostra a atualidade de suas abordagens. Nos dois últimos dias, estava passando o olho em Marcos e vi algumas interessantes ideias nesse sentido. Inicialmente eu estava observando o que Jesus diz sobre o divórcio, como ele aborda em seguida a questão de uma criança endemoniada. No primeiro assunto, ele fala que homem e mulher, quando se casam, se tornam o mesmo e indistinto ser. Então não é possível romper esse vínculo. Depois quando ele vê que seus discípulos são incapazes de expulsar o demônio, fica triste por estar no meio de incrédulos. E fala ao pai do garoto que tudo é possível ao que crê. Me impressiona o quanto suas ideias são superiores, diferentes das nossas, inspiradas e inspiradoras. Esse é o meu Senhor, a quem decidi seguir. Um longo caminho de mudanças então.   
A imensa atualidade de suas falas está na reprodução que o evangelho faz ao Sermão do Monte. Observo o que ele fala dos lírios que não sabem fazer tecido e nem trabalham, mas se vestem com glória. Isso é uma visão diferente à ansiedade que as pessoas tem quanto ao que vestir. Acredito que hoje as mulheres padecem imensamente desse mal todas as vezes que abrem o guarda-roupa, têm um evento especial ou saem às compras. O que vestir? Como ficar apropriada, elegante, jovem, bonita, magra, sei lá o que? Às suas discípulas fica o desafio: preocupem-se com o reino e a justiça de Deus e esse detalhe vem por tabela.  

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Agradecer

Minha vida se encheu de gratidão. Motivos não faltam. Teve dias em que as coisas estavam muito difíceis e eram tão novas que fiquei cheia de incertezas e medos. Paralisei de tal forma que não poderia nem traçar uma vaga ideia do que fazer para sair dali. Orei por dias, várias vezes, e me surpreendi com a mão de Deus que me levava para fora.
Em outros momentos, havia sonhos que eu tinha, mas estavam apagados e já não me despertavam interesse diante do que eu queria mais: ser feliz ao lado de Jesus. E como num grande milagre, esses desejos foram restituídos em uma grande realidade - e especialmente  em um desafio de continuar firme no que eu quero mais.
Quando eu cansei, fui a Jesus e ele me aliviou. Quando eu sofri, ele me consolou. E eu estive tão cheia de culpas e pecados, e seu perdão foi o melhor remédio que experimentei.
Tudo o que tenho de mais precioso não foi exatamente fruto de meu esforço. Foi a graça dele que me acrescentou. E eu vi a fragilidade de minhas escolhas, que determinam um leque tão pequeno de situações na minha vida. Na realidade, o fundamental é fruto do que ele decidiu em sua imensa soberania.
Quero lembrar de tudo o que ele fez, pois sei que assim como os dias bons, há os maus. E ao enfrentá-los posso acabar esquecida de todos esses imensos benefícios. Infelizmente o costume faz a gente perder a noção do que é algo maravilhoso. E aí nesses dias maus, encoberta por uma cegueira, posso sofrer mais ainda ao acrescentar à minha dor a ingratidão.
Assim como nos bons dias, os maus também servem ao propósito maior de tudo, que inclui também meu propósito.  "Porque dele, por meio dele e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente". Sim, meus dias maus precisam também servir a esse propósito.

domingo, 26 de junho de 2011

O corpo

Somos o corpo de Cristo. Quem é cristão tem bastante familiaridade com essa expressão. Mas aquelas coisas que são mais comuns aos nossos olhos são exatamente aquelas que ficam mais encobertas, pois acabam se tornando parte de uma rotina nunca questionada. Era para mim assim, mas já por semanas tenho pensado nisso, conduzida por um texto do C.S.Lewis que li mas não sei cadê para poder reler e citar e numa música do Casting Crowns.
Sim, somos o corpo de Cristo. E isso é bem interessante. Significa que ele faz por nossas mãos, somos o meio físico que ele usa para agir em nossa era, assim como ele fez há dois mil anos. Significa que em nossas ações e dia-a-dia precisamos lembrar de que representamos ele neste planeta. Também significa que precisamos refletir com cuidado e ser como Paulo bem disse: imitadores.
Aí chego bem na meditação do C.S. Lewis. Imitar para nos tornar pequenos cristos - cristãos. Como as crianças fazem ao brincar de serem adultas. E, ao fazerem, vão treinando e aprendendo para quando de fato se tornarem adultas. Assim deveríamos copiar suas atitudes, ler, pensar nelas e transpô-la para nossa rotina. Será que é o que fazemos nessa terra, ou ainda estamos com o pensamento de pessoas que não vão viver a eternidade e nossa preocupação está direcionada para aquela conta que vence na segunda?
E concluo o que diz a letra da banda americana: Se somos o corpo, por que seus pés não estão indo? Por que suas mãos não estão curando? Sim, somos o corpo. E precisamos agir porque somos.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Como fazer o bebê dormir a noite toda?

Já ouvi essa pergunta algumas vezes na minha rotina, porque a minha bebê dorme bem a noite (de dia quase não dorme). E acaba que vou logo mencionando algumas coisas que a gente fez para tentar ensiná-la algum hábito de sono. Falo que de noite colocamos ela pra dormir depois de uma rotina, num horário fixo, que não conversamos com ela de madrugada, coisa e tal.
Mas percebo que ando tão ingrata, que dificilmente menciono o principal. Fiz tudo isso com a maior insegurança do mundo. Sei bem que nada sem em termos de criança e, quando passar a saber algo, certamente já terei errado muito nesse assunto (o que não dá simplesmente pra fazer um control + z). Então coloco todos os meus medos nas mãos de Deus e peço para ele ter misericórdia de mim e de minha filha, pois sei que é mais importante para ela do que para mim adquirir esse hábito tão saudável.
Será que estou espiritualizando demais a coisa? Pode ser que um homem pense assim, mas quem é mãe sabe bem que ao ver uma barriga crescer assim, de forma tão maravilhosa e alheia a nossas escolhas. E no fundo a gente sabe que por mais que a gente alimente um filho e satisfaça suas necessidades físicas e emocionais, impossível fazer ele crescer e desenvolver. Isso está fora de nosso alcance, nas mãos daquele que fez e rege todas as coisas.
Por isso eu peço ao Deus que ensinou minha filha a mover os bracinhos, a sentar sem apoio, a olhar, observar as coisas e pensar. Peço a ele que ensine a ela também através de mim e, quando eu com minhas falhas me tornar mais um empecilho do que um meio (pois é certo que vou errar), que ele a ensine apesar de mim. Que as coisas aqui em casa sejam da maneira dele e não da minha frágil, falsa e falha maneira. E todos os dias eu oro, não só para ensinar minha bebê a dormir, mas para que ela passe pelos desafios que virão.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Meu próprio eu

Para quem está em constante busca de sua personalidade, vale bem o comentário de C.S. Lewis:


Quanto mais nos livramos do que agora chamamos de "nós mesmos", mais nos tornamos verdadeiramente "nos mesmos". Há tanto dele que milhões e milhões de "pequenos cristos", todos diferentes entre si, ainda seriam pouco para expressá-lo completamente. Ele os criou a todos. Ele inventou - como um autor inventa os seus personagens em uma novela - toda aquela variedade de homens e mulheres. Nesse sentido, nossos verdadeiros "eus" estão todos esperando por nós nele. Não é recomendável tentar seu "eu mesmo" sem ele. Quanto mais eu resistir a ele e tentar viver por mim mesmo, mais dominado serei pela minha própria herança, criação, meio social e desejos naturais. De fato, o que eu tão orgulhosamente chamei de "meu próprio eu" acaba se tornando o lugar de encontro para uma série de eventos a que eu jamais dei início e que não consigo parar. O que eu chamo de "meus desejos" acabam se tornando meramente os desejos que emergem do meu organismo físico ou os desejos bombardeados para dentro de mim pelos pensamentos dos outros, ou até sugerido por demônios. Ovos mexidos, bebida e uma boa noite de sono, foi nisso que me reduzi e é isso que está na origem verdadeira do meu vício de me referir a mim mesmo como o cara capaz de fazer amor com a garota sentada a minha frente na cabine do vagão do trem (...). Eu não sou no meu estado natural nem de perto a pessoa que gostaria de ser. A maior parte do que eu chamo de "eu" pode muito facilmente ser explicada. É quando eu me volto para Cristo, quando me entrego a sua personalidade, que eu começo a ter uma personalidade para mim mesmo

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Tão, tão distante!

Leio, medito e escrevo neste blog, mas não sei se devo ser lida. Tem gente que divulga seus textos. Eu até fiz isso no começo, mas cada vez que leio mais e escrevo de novo noto que estou tão distante de ser alguém que mereça público. Ainda mantenho uns vícios aqui e ali que me desqualificam como cristã, que me fazem parecer alguém sem fé e materialista, e me revelam uma pessoa com alguma auto-piedade e um tanto de egoísmo.
Sonho em ser diferente, mas acabo que faço igual. Sabe aquelas coisas que todo mundo quer? Uma casa maior, um emprego com boa remuneração, dias de descanso e tranquilidade? São as coisas que eu quero. Pode ser que você me pergunte o que há de errado em querer isso. Por mim, acho que pode até ser certo, mas não é nisso que devem focar nossos esforços. Se o cristão vive para glorificar a Deus, ele pode fazê-lo em qualquer circunstância, não é preciso que ele esteja num aconchegado quartinho decorado com o que há de melhor, debaixo de cobertas quentinhas e com um delicioso chocolate quente na cabeceira. Se ele precisa disso para glorificar a Deus, pode ser que sua alegria provenha da cama macia.
Agora se vivemos para a glória de Deus, podemos nos sentir alegres em meio a uma provação, pois sabemos que aqueles momentos podem redundar em louvores a Deus. Podemos ficar felizes com um baixo salário por ter a certeza de que Deus nos colocou naquele emprego para alcançar pessoas a quem não teríamos acesso em outra circunstância. E eu? Sou assim? Confesso que estou distante e que ainda amo as coisas daqui e acabo com compaixão de mim quando não as posso ter.
E por que ainda escrevo? Para me lembrar e ficar consciente. Porque o mundo sempre nos faz esquecer do que realmente importa. Porque preciso ficar alerta de que prestarei contas de minha vida e que cada dia que passa fico mais próximo do dia em que estarei diante de Deus no momento mais verdadeiro da minha vida, quando um bom chocolate quente debaixo de cobertores não fará nenhuma diferença.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Cansei deste mundo

"Tô cansado deste mundo!". Assim disse o pastor Alcides, que ouvi pregar ontem. É tanta corrupção, miséria, mentira, traição, vaidade, loucura. E o que nos cansa mais é saber que logo ali, quando essa história toda acabar, estamos com um encontro marcado (que vai durar toda a eternidade) com Jesus Cristo. E quando estou perto dele, sempre estou em plenitude de alegria e paz verdadeira. Por isso estar aqui no mundo é como estar nas últimas semanas de aula antes das férias. 
Mesmo com essa verdade gravada na memória, muitas vezes o cristão se esquece de apresentá-la diariamente a seu coração. O resultado? Estamos muito acostumados com o mundo e acho até que estamos pensando que ele é o nosso lar. E até mesmo em nosso relacionamento com Jesus estamos levando essa farsa a sério e pedimos em nossas orações por um carro mais luxuoso ou uma casa de quatro suítes. O suspirar de nosso coração deveria ser "vem Senhor Jesus". 
O pastor falou de Daniel, que mesmo tendo um cargo importante no mundo onde estava, todos os dias voltava-se três vezes para Jerusalém em oração. E assim ele se lembrava que não era dali. E assim também não somos daqui. Estamos aqui, mas somos do Senhor Jesus para viver com ele em novos céus e nova terra, com corpo transformado. Essa é a mais viva esperança do cristianismo, por isso a Bíblia termina com a promessa de Jesus que afirma que virá sem demora. 
Somos peregrinos nesta terra estranha. E com essa certeza em nossos corações devemos ansiar e nos preparar para esse dia incerto, que virá como o assalto de um ladrão."Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." (I Ts 4: 16 e 17).

quinta-feira, 31 de março de 2011

O que é o inferno?

É muita ingenuidade pressupor que o inferno seria um local parecido com um boteco onde se joga conversa fora com o capeta. Talvez essa simplicidade de pensamento se pareça um pouco com a dos que imaginam que o céu é um lugar monótono, cheio de nuvens e com anjos tocando harpas. É como diz C.S. Lewis: a Bíblia é para adultos, não para pessoas que alimentam pensamentos infantis.
E o que é mais estranho: as pessoas planejam e se informam como adultas sobre o hotel onde vão passar quinze dias de férias e se baseiam em um imaginário de criança quando vão decidir sobre onde vão ficar toda a eternidade. Eu garanto que a Bíblia não fala de inferno como um lugar quente, com diabos espetando as pessoas com tridentes. Também não tenho conhecimento teológico suficiente para abordar com profundidade o que diz as escrituras sobre isso. Sei que nosso destino na eternidade está condicionado por nossas escolhas nesta vida. Lá só há um prolongamento dessas escolhas. 
Muitos não gastaram nem uma hora nesta vida numa sério pensamento sobre Deus. Simplesmente o ignoraram. Como passarão a eternidade ao lado de quem imaginavam que nem existia? Só que essa escolha é muito grave, muito mais que imaginam. Tudo o que existe de bom vem de Deus, ele é a fonte das boas coisas que uma alma pode apreciar. As manhãs iluminadas, o bem-estar físico, a alegria de uma criança, a contemplação da natureza, o sol, a amizade. Observe que incluo em minha lista tanto objetivos concretos como abstratos, inclusive uma palavra que se pensava estar associada ao diabo: o prazer. 
Você já se pensou cinco minutos em um local completamente desprovido de tudo o que você considera bom? E a eternidade? Aqui neste mundo mesmo as pessoas que não se interessam por conhecer a Deus têm vislumbres de sua bondade, amor, sabedoria. Porque Deus faz cair chuva sobre justos e injustos. Quem não se preocupa em conhecer Deus é como uma criança que brinca com a supervisão de um adulto, sem se importar com o adulto, como se ele não fosse necessário. Mas se o adulto partisse e o deixasse na rua sozinho a noite, a criança sentiria abandono, dor, fome, medo. Não é a toa que a Bíblia fala de um lugar onde há choro e ranger de dentes. 
E por isso os cristãos passam o tempo todo a advertir e a orar pelos seus amigos e parentes. Não há como querer outra coisa senão Deus. Quem pensa o contrário certamente caiu numa propaganda enganosa. 

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O intervalo do veranico

Esse é um tempo de chuva aqui no Cerrado. E verão aqui é sinônimo de dias bastante molhados, alguns até frios. É assim a maior parte do tempo, mas em meados de janeiro começa o veranico. Quem não lida com agricultura nem percebe que esse período ocorre praticamente todos os anos. O trabalhador rural já conhece até o prazo de duração. Normalmente são dez dias. 
E para mim o veranico vem como um parênteses para alegrar as férias das crianças que passaram dias fechados em casa. Para mostrar que mesmo em tempos mais difíceis, há momentos de refrigério e descanso, encaminhados pelo Senhor como oasis em terras áridas. Como é bom ver a esperança do sol quando passamos um período grande de tempestade. Deus, que determina os tempos em nossas vidas, nos mostra sabedoria por meio desses intervalos. Como gosto de apreciar as dádivas que recebo do Senhor, não canso de louvar por esses períodos. Ele conhece nossa estrutura e sabe que somos feitos de pó. Não fosse pelas ajudas que recebemos quando mais precisamos, do relaxamento proporcionado por um banho quente, por um louvor a Deus, pela graça que nos basta e assiste na fraqueza, o que seria de nós? 
Como eu amo, louvo ao Senhor por esses momentos! É tão bom estar nas mãos de um Deus tão misericordioso, mesmo quando ele procura nos testar por provações!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Em respeito aos tempos

Neste ano me tornei mãe. E como minha bebê está pequena, só fui na igreja uma vez, um pouco antes de ela nascer. Em minha recordação, não houve nada de marcante na palavra ministrada, pelo menos não naquela hora específica. Como Deus nos surpreende, hoje vejo que era algo que precisava ouvir. O pregador falava sobre aquela já conhecida passagem de Provérbios ou Eclesiastes (a maternidade afeta minha memória) que anuncia que há tempo pra tudo.
A gente bem sabe isso, mas no que dependesse de nós, isso poderia ser  mais estável do que de fato é. Eu preferia que não houvesse uma sequência de estações, mas que todos os dias fossem claros e de sol. E a chuva poderia vir, pelo menos duas vezes na semana, com hora marcada e sem durar o dia todo. Mas como prova que o Deus que fez as estações também foi o que ditou os rumos de nossa vida, os dias se sucedem com um tempo muito parecido em uma só estação. E assim também acontece em nossas vidas.
Hoje eu vivo uma estação que sabia só na teoria. Já tinha ouvido falar do cansaço e dos diversos ônus da maternidade. Só na hora de viver de fato é que percebemos a realidade que isso representa. É muito intenso. E no meio das imensas alegrias, ansiedades, insegurança e crises de cansaço, a gente tem uma sensação de que nunca mais voltaremos a ser um indivíduo, mas só uma sequência de fraldas, mamadas, banhos e choros (tanto do bebê quanto da mãe).
Aí vejo porque Deus me falou dos tempos. Esse é o tempo de viver assim e aprender, crescer e vencer. Logo mais, teremos outros desafios. E agora é o verão do Cerrado, aqueles dias chuvosos e escuros que deixam o coração apertado. E o que mais aflige o meu é uma insegurança que não condiz com a confiança que devo ter no Senhor. De cada passo ele cuida, mesmo que a sensação que eu tenha é de caminhar sem muita clareza dos rumos que estou tomando. Lá na frente vou me virar e compreender melhor o percurso.