segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Em respeito aos tempos

Neste ano me tornei mãe. E como minha bebê está pequena, só fui na igreja uma vez, um pouco antes de ela nascer. Em minha recordação, não houve nada de marcante na palavra ministrada, pelo menos não naquela hora específica. Como Deus nos surpreende, hoje vejo que era algo que precisava ouvir. O pregador falava sobre aquela já conhecida passagem de Provérbios ou Eclesiastes (a maternidade afeta minha memória) que anuncia que há tempo pra tudo.
A gente bem sabe isso, mas no que dependesse de nós, isso poderia ser  mais estável do que de fato é. Eu preferia que não houvesse uma sequência de estações, mas que todos os dias fossem claros e de sol. E a chuva poderia vir, pelo menos duas vezes na semana, com hora marcada e sem durar o dia todo. Mas como prova que o Deus que fez as estações também foi o que ditou os rumos de nossa vida, os dias se sucedem com um tempo muito parecido em uma só estação. E assim também acontece em nossas vidas.
Hoje eu vivo uma estação que sabia só na teoria. Já tinha ouvido falar do cansaço e dos diversos ônus da maternidade. Só na hora de viver de fato é que percebemos a realidade que isso representa. É muito intenso. E no meio das imensas alegrias, ansiedades, insegurança e crises de cansaço, a gente tem uma sensação de que nunca mais voltaremos a ser um indivíduo, mas só uma sequência de fraldas, mamadas, banhos e choros (tanto do bebê quanto da mãe).
Aí vejo porque Deus me falou dos tempos. Esse é o tempo de viver assim e aprender, crescer e vencer. Logo mais, teremos outros desafios. E agora é o verão do Cerrado, aqueles dias chuvosos e escuros que deixam o coração apertado. E o que mais aflige o meu é uma insegurança que não condiz com a confiança que devo ter no Senhor. De cada passo ele cuida, mesmo que a sensação que eu tenha é de caminhar sem muita clareza dos rumos que estou tomando. Lá na frente vou me virar e compreender melhor o percurso.

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