quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Espinhos e simplicidade

Depois que trabalho com agricultura, tive uma nova fagulha de percepção sobre a velha e boa parábola do semeador, que tantas vezes ouvimos falar. Percebi que os espinhos são aquilo que mais devemos nos preocupar, assim como ocorre em todas as plantações. Não é preciso cultivá-los, as ervas daninhas nascem em qualquer lugar, despretenciosamente. Na realidade, é preciso arrancá-los, pois as pragas concorrem com as boas plantas pelos nutrientes. E o que está sendo cultivado fica lá, com frutos sem amadurecimento, pois precisa compartinhar com intrusos seu crescimento (Lucas 8:14).

O remédio contra isso é boas doses de simplicidade, cotidianamente. Precisamos desejar uma só coisa: o Reino de Deus. O resto é complicação desnecessária e abortiva de bons frutos. E esses sentimentos que precisamos nos dedicar a tudo, com urgência, não precisam ser cultivados - são carregados pelo ar e nascem na nossa  agenda expontaneamente como os cuidados, as riquezas e os deleites da vida. E aí sobra pouco tempo para cultivar o que importa, a plantação vai definhando aos poucos.

Quando olhamos o principal e arrancamos do nosso coração a necessidade de cuidar de tudo o mais, não corremos o risco de morrer, deixar nossa vida sem cuidados. As outras coisas são acrescentadas pelo agricultor a medida que realmente são necessárias. Algumas vão-se mostrar completamente inúteis. O único dever que temos como boa terra é manter nossos corações e agendas limpos para ele.

E  o que posso ouvir todos os dias são suas palavras em meu coração: "Marta, Marta, está ansiosa e preocupada com muitas coisas, mas uma só é necessária. Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada".

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Dúvida

Quantas incertezas pairam! O que farei quando tenho uma decisão na frente, um tempo que se esgota e um monte de questões paralisantes? O que há no meu futuro?
Não tenho essas respostas. Tenho certeza de que essa confusão em minha mente tira meu sossego e muitas horas improdutivas em meu dia. Deus não tem insegurança nem incerteza. Queria ser como ele, mas sou solta assim, com tantas questões me levando para cá e para lá numa inconstância.
Minha oração tem sido meu refúgio. Um momento de paz, entregue estou nas mãos do próprio Deus, que tem mais poder que um juiz ou um presidente. Que ele julgue minha causa, pois desde o começo me apeguei a ele, a sua vontade e a seu querer. Não sei onde as direções dessa vida vão me levar, sei que estou agarrada numa só ideia (foi ela que me trouxe aqui, nesta encruzilhada): quero a vontade de Deus, mesmo que ela não me pareça agradável à primeira vista.
Continuo tão incerta, pois sou feita de carne. E ainda bem medrosa, pois careço de ser lembrada o tempo todo, que tenho uma direção. Mesmo que me pareça que esteja apenas tateando no escuro. Senhor, só em ti repousa toda a minha confiança no meio desta turbulência. Eu sei que você está aqui no barco e está no controle.