Depois que trabalho com agricultura, tive uma nova fagulha de percepção sobre a velha e boa parábola do semeador, que tantas vezes ouvimos falar. Percebi que os espinhos são aquilo que mais devemos nos preocupar, assim como ocorre em todas as plantações. Não é preciso cultivá-los, as ervas daninhas nascem em qualquer lugar, despretenciosamente. Na realidade, é preciso arrancá-los, pois as pragas concorrem com as boas plantas pelos nutrientes. E o que está sendo cultivado fica lá, com frutos sem amadurecimento, pois precisa compartinhar com intrusos seu crescimento (Lucas 8:14).
O remédio contra isso é boas doses de simplicidade, cotidianamente. Precisamos desejar uma só coisa: o Reino de Deus. O resto é complicação desnecessária e abortiva de bons frutos. E esses sentimentos que precisamos nos dedicar a tudo, com urgência, não precisam ser cultivados - são carregados pelo ar e nascem na nossa agenda expontaneamente como os cuidados, as riquezas e os deleites da vida. E aí sobra pouco tempo para cultivar o que importa, a plantação vai definhando aos poucos.
Quando olhamos o principal e arrancamos do nosso coração a necessidade de cuidar de tudo o mais, não corremos o risco de morrer, deixar nossa vida sem cuidados. As outras coisas são acrescentadas pelo agricultor a medida que realmente são necessárias. Algumas vão-se mostrar completamente inúteis. O único dever que temos como boa terra é manter nossos corações e agendas limpos para ele.
E o que posso ouvir todos os dias são suas palavras em meu coração: "Marta, Marta, está ansiosa e preocupada com muitas coisas, mas uma só é necessária. Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada".
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