sexta-feira, 12 de março de 2010

Inadequada

No sábado a noite e no domingo de manhã me senti como se estivesse maltrapilha. Num dia fui ao shopping, que tem tantas roupas da moda, com ostentação e riquezas. No outro era ceia do Senhor, momento de rever minha vida, de pedir perdão. Situações tão diferentes, sensação tão semelhante.
Conforme compreendo melhor a simplicidade exterior e deixo de ser uma consumista, começo a ver que o estilo de vida centrado no ter é algo insano. Nunca estou arrumada o suficiente, sempre preciso de um pouco mais. E aí entram os templos do consumo, num ritmo e numa filosofia que não me enquadro mais. Só que eu ainda me importo com a aparência (menos do que antes, mas ainda dou algum valor) e me dói ainda (mesmo que um pouco) ter o dinheiro, me disciplinar para não querer tudo e me contentar só com o que preciso. É uma inadequação que sei que poderia evitar, mas que não posso se quero ser coerente.
Já a outra sensação de maltrapilha me acompanha quando chego perto do meu Senhor para pedir perdão. Ele tão glorioso, e eu tão errante e suja. Mas diante dele, que incomparavelmente mais do que qualquer estilista por aí, sei que meu sentimento é remediado. Ganho novas roupas, ele me purifica.