domingo, 18 de abril de 2010

A cruz

Faz tempo já que a Páscoa passou, essa que é a festa mais importante dos cristãos. Ela significa nossa redenção! E fiquei devendo um comentário sobre o assunto por dois motivos. O primeiro é que eu disse que leria os evangelhos e atos até a data. Mas confesso que não o fiz, ficou faltando um dos evangelhos e um pedaço de Atos. Sem querer me justificar ou explicar, desfoquei-me das coisas mais importantes por muitos desses dias, dei meu sangue no trabalho e chegava já sem força (por vezes, sem saúde) em casa e não conseguia fazer muito. Pedi perdão a Deus. Minha cabeça passou a doer muitos dias. Agora quero voltar à centralidade das coisas e logo terei uma boa história para contar além de minhas próprias derrotas. 

Mas isso era só uma satisfação que queria dar a mim mesma e (se houver) a algum leitor. Na realidade, o que eu tenho que falar é muito, muito mais significante. É a cruz, nosso símbolo, que dá significado a nossa fé! E aprendi muito nesses dias lendo uma citação de Phillip Yancey em um livro de John Stott. Algo que me ensinou muito:

"Eu mesmo jamais poderia crer em Deus, não fosse pela cruz. O único Deus em que creio é aquele que Nietzsche ridicularizou como sendo 'Deus sobre a cruz'. No mundo real da dor, como alguém poderia adorar um Deus que fosse imune a ela? Entre em muitos templos budistas em diferentes países da Asia e fiquei em atitude respeitosa diante da estátua de Buda com suas pernas cruzadas, os olhos fechados, a visão vislumbrante de um sorriso ao redor da boca, um olhar distante na face, desvencilhado das agonias do mundo. Todas essas vezes, no entanto, depois de um tempo, tive de dar as coisas a ele. E na imaginaaçõ me volto para aquela figura solitária, curvada e torturada na cruz, com pregos nas mãos e nos pés, com as costas laceradas, os membros distendidos, o semblante sangrando por causa dos espinhos, a boca seca e uma sede insuportável, mergulhado na escuridão do abandono de Deus. Esse é Deus para mim! Ele deixou de lado sua imunidade à dor. Ele entrou em nosso mundo de carne e osso, lágrimas e morte. Ele sofreu por nós. Nossos sofrimentos se tornaram mais suportáveis à luz do sofrimento dele".