terça-feira, 21 de julho de 2009

A sub-gente

Uma sequência tão grande de escândalos, como a que os brasileiros tem acesso contínuo na mídia, pode levar a uma reflexão: por onde anda a humanidade de algumas pessoas. Envolvidas por uma sede insaciável por poder e riquezas, elas são capazes de tudo por tão pouco. E a coisa chega ao ilimitado, como um vício, como qualquer outro, que desfigura o ser humano. Como pode alguém não ter o menor escrúpulo e roubar o que seria destinado à alimentação de famintos maltrapilhos só para conseguir um castelo ainda mais oponente ou comprar um estado inteiro, cheio de miseráveis?

Seria possível alguém fazer o mal a outro visando uma meta
egoísta, mas tida como legitima, como dar condições melhores aos filhos, enfim realizar um sonho da casa própria. Mas e quando um político tem um projeto pessoal, que envolve todo o seu tempo, para conseguir mais influência e assim obter favores, propinas, cambalachos. Para quê? Para ter mais alguns carros de luxos, puxa-sacos, poder, luxo e luxúria. A custo de quê? De uma população semi-analfabeta, sem condições mínimas de qualquer coisa.

À custa de ter uma simplicidade de viver, de olhar o mundo com um bom olho, de ver as pessoas como próximas e não como recursos para atingir fins. À custa de aproveitar pequenas coisas que fazem dos homens grandes, como uma espiritualidade verdadeira, uma palavra e uma vida transparente diante de sua família.

É, político, quem rouba o dinheiro, pode até roubar a dignidade das pessoas. Mas essa dignidade não pode ser desfrutada pelo ladrão. E ele, refém de seus próprios vícios, vai se definhando e descaracterizando completamente. Mal pode-se acreditar que ele foi uma criança um dia, um ser indefeso e ingênuo. Não é possível. Só pode ser que essa laia de gente saia das redes de esgotos...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Vida ou morte?

Como é bom voltar a escrever por aqui... É como um renovo para mim, depois de um tempo de tantas correrias e, por isso mesmo, tão poucas lições!

Uma delas foi sobre a única certeza que podemos ter em nosso destino: a morte.
Estávamos conversando eu e um colega de trabalho sobre o ocorrido com o Michael Jackson. E nos referimos à morte com ilustrações bem diferentes, exceto por serem ambas bem midiáticas. Para ele, morrer é como desligar uma televisão, pois apaga tudo, indicando um fim repentino e, de alguma forma, irreversível, como o gesto de desligar, seguido de um silêncio e um sinal de que a programação acaba por ali mesmo.

Prefiro a visão de C.S.Lewis, indicada no livro "As Crônicas de Narnia". Contei a meu colega que a morte seria então como a melhor parte da vida, como se toda a nossa existência terrena se resumisse à capa e à primeira página de um livro maravilhoso, cujas histórias que vêm depois são cada vez mais interessantes que as anteriores.

Terrível pensar que por aqui tudo acaba assim, sem mais nem menos, rompendo qualquer esperança, que habita o coração de todos, de haver uma eternidade. Ainda não entendi a graça de viver de uma maneira materialista, tão querida pela pós-modernidade. Será a ilusão de estar certo, pois o que podemos tocar e ver realmente "existe"? Não é possível abrir mão assim, a troco de nada, da imaginação, do mistério, do divino, do espiritual, do que não podemos expressar nem entender, apenas porque não podemos expressar nem entender. Como se todas as coisas que realmente valessem a pena pudessem caber em meu individual e pueril entendimento.