quinta-feira, 27 de março de 2008

Comprovante de rendimento

Se você for chamado a declarar o que você ganhou nos últimos tempos, do que vai lembrar? São muitas as coisas que se pode adquirir no mundo moderno, quase tudo. A lista de compras e de sonhos de consumo não tem fim. Nesse contexto, torna-se cada vez mais contemporânea a célebre frase de Jesus: "Que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?".


Acho que a lógica do mundo moderno se inverteu. Quando uma pessoa vê outra buscando alimentar seu espírito, olha o pobre sujeito com desdém. E pensa no tempo que ele está perdendo enquanto poderia estar ganhando dinheiro ou aproveitando o fruto de seu trabalho. A máxima tornou-se: que aproveita ganhar a alma se perder o mundo inteiro!


Como a cultura é transmissível via ar, fica difícil mensurarmos quantas vezes não pensamos isso, nem que não seja com todas essas palavras. Por isso, quem está em pé tem que tomar cuidado para não cair. Sempre precisamos tomar cuidado para que parte da nossa casa esteja de fato totalmente sobre a rocha. Quando menos nos apercebemos, nossa construção já pode estar avançando para a areia da praia. E tudo o que é construído lá desmorona.

terça-feira, 25 de março de 2008

Eu leitura

Outro dia, soube de algo muito estranho. O pastor disse que a Bíblia é o único livro que lê a gente. Nunca imaginei um livro me lendo. Se ele me lê, o que pode ver escrito? Tive medo dos dizeres registrados em minha vida. O livro mais lido do mundo é bastante respeitável. Quando ele lê minha vida, não lê minhas matérias nem os textos de meu blog, de palavras cuidadosamente escolhidas. Lê minhas atitudes e intenções mais vis, que escondi por debaixo do tapete. Isso me fez sentir que sou uma poeirinha deformada, diante de tanta grandeza.

Esse livro me prova o quão torta tenho sido, mesmo que eu pense que fui correta. Revela aqueles detalhes que escondi tão bem que até me esqueci. E me faz desejar ser diferente. Desafia a resolver problemas já esquecidos. O único que tem acesso ao meu interior usa seu livro para me guiar por caminhos eternos.

terça-feira, 18 de março de 2008

Ao Senhor

Rendida. Não haveria palavra melhor para expressar esse momento pessoal com Deus. Lutei tanto até aqui, agora não tenho mais fôlego. Num momento de sanidade, pensei como poderia resistir ao criador de todas as coisas? Com que força eu poderia me opor a sua vontade?

Sou feita de fraqueza, de corrupção. E Ele me mostra inigualável beleza de santidade. Levo uma vida ordinária. Ele é único.

Por isso, fui a seus pés, em rendição. Entrego minhas armas. Faça, Senhor, a sua vontade. Senhor... Aquele que é dono e controla todas as coisas. Porque dele, por meio dele e para ele são todas as coisas. Inclusive sou eu.

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domingo, 9 de março de 2008

O que Deus me ensinou com a falta de dinheiro?

Sugestiva essa reflexão sugerida por Rick Warren no livro “Uma vida com Propósito”, que li ainda ontem. Nesses dias, algumas igrejas têm-se ocupado de nos ensinar que uma das preocupações de Deus é nos fazer prósperos. E assim, teremos carros, casas... Tudo no plural. Em um meio onde prosperidade é meta espiritual, difícil alguém pensar que Deus ensinaria ao usar tal ferramenta.

A leitura da Bíblia me conduziu ao contrário desse pensamento. Cada dia é mas claro para mim que Deus, na realidade, não está compromissado com nosso bem-estar e conforto. Ele quer da nossa vida muito mais do que queremos. Queremos ter uma boa casa, um bom carro e geladeira sempre farta. Ele quer nos fazer alguém melhor.

Quando sua palavra diz que todas as coisas concorrem para o bem dos que o amam, isso é uma realidade. Qual esse nosso bem, Deus sabe, não cabe a nós determinar. Afinal, quando nos convertemos, não o chamamos de Senhor?

Deus dedicou muitos versículos bíblicos para falar de dinheiro. Nos alerta sobre o perigo das riquezas. Se o perigo existia na época dele, hoje isso é bem mais preocupante, pois nossa sociedade é chamada de sociedade capitalista e de consumo. O alerta de Jesus grita muito mais alto nesses dias do que há dois mil anos.

Há alguns meses, Deus me ensina pela falta de dinheiro que eu não preciso de tantos sapatos e roupas e luxos. Que não são só cinema e restaurante que promovem a diversão. Cada dia vejo que preciso de menos. E aprendi a ser grata a Deus pelos bens mais simples de que disponho, como um bom banho quente.

Ainda quero ser como diz Paulo: “Se temos alimento e vestuário, fiquemos contentes com isso. Quanto aos que querem enriquecer, caem na armadilha da tentação, em múltiplos desejos insensatos e perniciosos, que mergulham os homens na ruína e na perdição”. Aliás, nesses dias cogitei que os cristãos deveriam gastar mais tempo fazendo campanhas contra o amor ao dinheiro do que contra aborto ou homossexualidade, segundo a prioridade de temas que o próprio Jesus estabeleceu na palavra. Esse é um mal envolvente, espalhado pelos ares e seduz desde o homossexual até o melhor dos crentes.

terça-feira, 4 de março de 2008

Isto é uma vergonha!

Vergonha. Quem jamais sentiu naquele momento decisivo de mostrar aos outros a fé que tem? Nos tempos em que a razão impera entre as mentes que se dizem sensatas, é difícil sustentar uma fé, pura e simples como ela é e precisa ser. Como manifestar em público que creio que Jesus nasceu de uma virgem? Como deixar claro a colegas e amigos que minha opção é por ter plena convicção de que Deus é o criador do mundo? E que tenho certeza que Deus move todas as coisas em meu favor?

É verdade que em nossa época, é difícil agir espírito de intrepidez e mais fácil sempre se esconder, com timidez. Em outros tempos foi mais fácil? Já no fim de seu ministério, Paulo escreve uma última epístola a seu discípulo fiel. É a carta de 2 Timóteo. Em um texto carregado de sentimento, ele adverte: “Não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu”. E ainda: “Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação”.

Não só nessa carta, mas em muitas outras oportunidades, a Bíblia adverte que o cristão não deve se envergonhar. Isso mostra que a timidez é uma grande tentação dos que crêem, em qualquer tempo. Por isso, não basta que acreditemos. É necessário ser como Timóteo e outros cristãos que lá no princípio optaram por ter coragem e ousadia. Por causa dessa atitude deles, o evangelho chegou a nós. Esse foi o posicionamento de Paulo, diante do sentimento que deve ter em algum momento tomado seu coração: “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê”.