terça-feira, 25 de novembro de 2008

Espírito natalino

Falta um mês para a comemoração esperada do Natal. E justo hoje estou lendo o livro "O conhecimento de Deus" numa passagem que fala sobre o que é o espírito natalino. Ele lembra que na realidade trata-se de um momento em que aquele que subsistia na forma de Deus resolveu esvaziar-se de si mesmo e nascer no meio da pobreza para depois encontrar seu lugar na cruz.
Como não posso encontrar melhores palavras para descrever esse trecho que me deixa um tanto constrangida (por ainda não vivê-lo verdadeiramente e por completo), passo a citá-lo:
O espírito natalino não resplandece no cristão esnobe, pois é o espírito das pessoas que, como seu Mestre, vivem inteiramente dedicadas ao princípio de tornar-se pobres - gastando e sendo gastas - para enriquecer o próximo, dedicando tempo, esforço, cuidados e interesses para fazer o bem aos outros - e não apenas para seus amigos - conforme a necessidade do momento.
São poucos os que demonstram esse espírito na essência. Se Deus, por misericórdia, nos avivar, uma das coisas que ele fará será tyrabalhar esse espírito em nosso coração e em nossa vida. Se quisermos um despertamento espiritual em nós mesmos, uma das primeiras providências seria procurar cultivar esse espírito. "Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que a por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos" (2Co8:9). "Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus" (FL2:5). "Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, quando dilatares o coração" (Sl119:32)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Crer

O que quer dizer crente? É o que crê. Ninguém hoje em dia gosta da palavra, que está um tanto estigmatizada. No entanto, cada vocábulo tem seu sentido na língua. Eu particularmente gosto dessa palavra por esse motivo.
Numa sociedade em que as pessoas optam por não acreditarem em mais nada, um passo de fé é o que distingue o crente. Todo mundo já sabe: "Jesus te ama" ou "Ele salva". Não há quem nunca ouviu tais palavras. No entanto, poucos optaram por dar um passo além da linha do conhecimento e, de fato, crêem de todo o coração.
É difícil isso no mundo dos espertos, no meio de tanta desconfiança das pessoas que são vivas. Por isso, ao se falar de crente, associa-se a idéia de dízimo do pastor e os maus crentes que andam por aí. Há ainda uma falta de fé nas coisas em geral. Não se acredita ais em um mundo melhor, nas pessoas, no futuro.
Mesmo diante disso tudo, o desafio de Jesus permanece inalterado: é crer. E quem opta por "crer", e deixa de lado o apenas "saber", entra em um mundo fantástico de mudanças interiores executada pelo próprio Deus. O resultado é amor, alegria, paz, mansidão, domínio próprio...
Depois de dar um passo incerto no desconhecido, o novo crente tem acesso a um mundo inteiro de luz. E como é bom passar a enxergar a verdade das coisas. Esse é o cristianismo.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Aslam


Quem lê ou vê as Crônicas de Nárnia sabe que nada é melhor do que os encontros entre as crianças e o grande leão. Ficamos sempre à espera desse momento. Em nosso mundo é assim também, falta-nos a simplicidade das crianças, para aproveitarmos bem a companhia. Veja a beleza de um desses maravilhosos encontros:

Com o coração batendo descompassadamente, levantou-se e avançou para lá. Pairava na clareira m certo murmúrio como o que faz ventania na copa das árvores, ainda que não corresse nem a mais leve aragem. Mas também não era o sussurro costumeiro da folhagem. Lúcia sentiu que naquele murmúrio havia uma certa melodia, que todavia não conseguia captar, assim como na véspera não fora capaz de entender as palavras, quando as árvores pareciam falar-lhe. Mas já não podia haver dúvida de que as árvores estavam andando... passando umas pelas outras e cruzando-se como se executassem uma complicada dança campestre.
Já estava quase entre as árvores. A primeira para a qual olhou pareceu-lhe ser não uma árvore, mas um homem enorme, de barba desengrenhada e grandes tufos cabeludos. Isso para ela já não era novidade, e ao e assustou. Mas, quando voltou a olhar, a árvore, se bem que continuasse a mexer-se, era apenas uma árvore. O que não percebia era se tinha raízes ou pés, pois quando as árvores se deslocam não andam na superfície a terra: deslizam por dentro Del, como fazemos na água. O mesmo aconteceu com todas as outras árvores. Num momento, pareciam encantadores gigantes, forma que assumem quando qualquer poder mágico as chama plenamente à vida. Logo em seguida, voltaram a ser simplesmente árvores. O engraçado é que, como árvores, eram árvores estranhamente humanas, e, como as pessoas, eram estranhamente folhosas e ramalhudas... e o tempo todo aquele ruído alegre, nascente, rumorejante.
– Estão quase despertando! – disse, sentindo-se ela própria mais acordada do que nunca.
Meteu-se pelo meio, muito confiante, dançando e saltando para um lado e para o outro, temerosa apenas de que algum daquele gigantescos dançarinos esbarrasse nela. Ma isso só a preocupava um pouco, pois seu desejo era ir além das árvores, ao encontro de alguma coisa, porque fora de lá que chamara a voz querida. Não demorou a atingir o outro lado, perguntando a si mesma se tivera de afastar os ramos com as mãos eu se fora levada pelos gigantescos dançarinos. Finalmente saiu da mobilidade confusa dos maravilhosos contrastes de sombra e luz.
Em redor de um macio relvado, árvores negras bailavam. E então... que alegria! No meio delas, o Grande Leão, branco de luar, projetava uma enorme sombra escura.
Se não fosse o movimento da cauda, poderia ser tomado por uma estátua. Lúcia nem sequer pensou nessa hipótese. Nem um instante duvidou... Correu para ele. Não podia perder um só momento. Envolveu-lhe o pescoço com o braço, beijando-o, enterrando a cabeça no sedoso pêlo de sua juba.
– Aslam! Querido Aslam! – soluçou. – Até que enfim
!