quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Enlouqueca!

Abra uma revista, procure uma conversa ou ligue seu computador. Mas faça isso como um cientista crítico. Por todos os lados, uma só cultura que o envolve de forma sedutora. Isso não é conversa de crente. É estudo que me apresentaram na universidade: estamos num ambiente egocêntrico, baseado no instantâneo, no prazer, no virtual. É o que eles chamam de pós-modernidade.

O conforto e a diversão se tornam justificativa para qualquer ato. Pense bem. O que você andou fazendo em procura desses dois valores? Quantas vezes você julgou que precisava de entretenimento, de obedecer seus instintos, de criar seu próprio ângulo de ver o mundo? A maioria do que achamos importante hoje não era preocupação de quem vivia no século passado. Nossos avós, por exemplo. Podemos ir além. Nem passava pela cabeça da maior parte da humanidade em todos os tempos.

Seria loucura? Não é isso que pensa o homem pós-moderno. Loucura para ele é abrir mão da livre escolha, é buscar agradar um Deus supremo e invisível. É quando uma pessoa tem uma identidade tão transformada por Deus que não se reconhece mais sem ele. É uma religião que não é só mais um aspecto da vida de uma pessoa, mas toda a vida de uma pessoa.

Não importa nossa escolha do estilo de vida, qualquer que seja ela, sempre seremos loucos. Li em Phillip Yancey um pensador chamado Vanier, que afirmou: "Todos precisamos escolher entre duas formas de enlouquecer: a loucura do evangelho ou os valores absurdos do nosso mundo". Paulo já previa isso na Bíblia: “A mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus”.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Um bêbado no caminho


Transcrevo este pequeno texto em um livro de Philip Yancey. Trata-se de um texto de Tolstoi, poeta russo, que me fez refletir muito justamente por ser uma enorme e tocante verdade que todo o cristão deveria saber. Não deixe de ler:

E quanto a você, Lev Nikolayevitch, você prega muito bem, mas faz aquilo que prega? Esta é a mais natural das perguntas, uma que sempre me é feita. Normalmente, é feita de maneira vitoriosa, como se fosse uma forma de calar minha boca. “Você prega como vive?” E respondo que não prego, que não sou capaz de pregar, ainda que deseje apaixonadamente fazê-lo. Posso pregar apenas através de minhas ações, e minhas ações são vis (...) E respondo que sou culpado, e vil, e digno de receber as críticas por meu fracasso em cumpri-las.
Ao mesmo tempo, sem ter o propósito de me justificar, mas simplesmente visando explicar minha falta de consistência, digo: olhe para minha vida atual e para minha vida passada, e você verá que não tento defendê-las. É verdade que não tenho cumprido a milésima parte deles (os preceitos cristãos), e me envergonho disso, mas deixei de cumpri-los não porque não quis, mas porque fui incapaz de fazê-lo. Ensine-me como não ser enredado pela tentação que me cerca, ajude-me e eu os cumprirei; mesmo sem ajuda, eu desejo e espero cumpri-los.
Ataque-me – eu mesmo faço isto – , mas ataque a mim, em vez de culpar o caminho que sigo e que indico a todos aqueles que me perguntam onde acho que ele esteja. Se conheço o caminho de casa e ando por ele embriagado, o caminho não deixa de ser certo simplesmente porque ando por ele cambaleante! Se não é o caminho correto, então mostre-me um outro; mas se cambaleio e perco o caminho, você deve me ajudar, deve manter-me na senda da verdade, assim como eu mesmo estou disposto a ajudá-lo. Não me leve por caminhos errados, não fique feliz por eu me perder, não se rejubile dizendo: “olhe para ele! Disse que estava indo para casa, mas está se arrastando para um pântano!”. Não, não se regozije, mas dê-me seu apoio e sua ajuda.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Muito Prazer

Sobreviveu os séculos a idéia de que o prazer não é algo para um religioso. É algo profano, que pertence aos infernos. Na idade das trevas, um cristão não poderia rir. Mal sabiam os sacerdotes da época que os céus não são assim. O nome Éden significa jardim das delícias. E quem criou o prazer foi Deus.

É como um prenúncio de que não somos feitos só de carne, mas temos um espírito. Deus achou bom quando fez a criação. Aprecia muito ter comunhão com homens. Jesus nos falou das bem-aventuranças. O diabo? Até onde eu sei, ele sente inveja e range os dentes. Essa idéia é recado para quem pensa que o inferno é um lugar bacana para se passar a eternidade.

C.S. Lewis mostra uma idéia fantástica em Cartas de um Diabo. O personagem se reconcilia com Deus ao sair para fazer algo que gostava, simplesmente porque gostava. Ele não havia saído para fazer algo para chamar a atenção de alguém, afundar as mágoas ou suprir sua carência. Ele saiu sozinho para fazer algo que gostava e encontrou Deus.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Um atraso!


Pense na idéia de chegar atrasado quarenta anos em um lugar! Difícil exercitar a imaginação, porque é mais que a metade do tempo de vida médio de um brasileiro. É um atraso e tanto. Quer saber a fórmula do atraso? Talvez seja algo que você já tem praticado muitos e muitos dias! E já esteja atrasado. Cuidado para que sua prática não te leve aos quarenta anos!

Essa prática é a murmuração. Para o dicionário, essa palavra significa, entre outras coisas, “falar contra alguém, criticar, conversar difamando ou desacreditando, soltar queixumes, lastimar-se, resmungar, apontar faltas, conceber mau juízo”. Para Deus, é rebeldia mesmo, falta de fé. Se você acredita que Deus dá bons presentes a seus filhos, como pode justificar uma boca reclamante? Perdi muito tempo com isso. Fiquei no deserto para Deus forjar meu caráter. Deus ainda terá muito trabalho com essa missão, mas posso dizer que penso e repenso antes de murmurar.

O povo de Deus ficou 40 anos vagando. “Se hoje vocês ouvirem a voz de Deus, não sejam teimosos como foram os seus antepassados quanto se revoltaram contra ele, no dia em que eles o puseram à prova no deserto” (Hb 3:8) E ainda mais: “Meus irmãos, cuidado para que nenhum de vocês tenha um coração tão mau e descrente, que o leve a se afastar do Deus vivo!” (Hb 3:12).
O que fazer no deserto? Gosto de uma musica do Casting Crowns, que em português diz: O Senhor é quem é, não importa onde eu esteja
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quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Solidão reveladora


Considere seus últimos cinco dias. Por quantas vezes você esteve sozinho? O que você fez nesse período? Podem parecer perguntas tolas, pois o que uma pessoa faz em sua intimidade não interessa a ninguém. Será? Existe um Deus que dá uma atenção especial ao que se faz no secreto. A Bíblia fala que Deus olha e recompensa a oração que é feita atrás de portas fechadas, a mão que dá sem a outra saber.


Quem é cristão bem sabe que a onipresença de Deus é uma de suas características. Se somos cristãos autênticos, nosso compromisso está em agradar a Ele e não a homens. Então, bem que deveríamos guardar nossos momentos de solidão para agradá-lo mais e mais. Merton explica que “a falta de uma intenção pura sutilmente deteriora tudo o que fazemos, de forma que metade da nossa vida se torna uma mentira. Mas fazer coisas que ninguém jamais tomará conhecimento com sinceridade, da mesma forma como fazemos as que as pessoas podem ver, indica alto grau de santidade”.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A primeira tentação

Você será igual a Deus. Essa foi a primeira tentação humana. Uma boa proposta, deve ter pensado Eva. Pode parecer o enredo de um filme lançado há algum tempo, em que o protagonista vira Deus por algumas horas. E quanta confusão parte daí. Ele fica perdido entre tantos pedidos e necessidades humanas. E o herói percebe que é muito difícil a tarefa.
Se a proposta de ser como Deus fosse como o filme, se assumíssemos a responsabilidade sobre a vida dos outros, eu acho que ninguém queria ser Deus. E todos os que passam fome? E todas as mulheres dando a luz? Cansa só de pensar.
A tentação ofertada pela serpente não é essa. É de ser Deus de si. Estar no controle de tudo. Conhecer bem e mal e assim tomar suas próprias decisões. Já planejei minha vida, será assim. Decidi que vou resolver meu problema desta forma.
Estar acima do bem e do mal é uma das maiores insanidades da pós-modenidade. As pessoas decidem qual será sua opção de carreira, vida, sexo, hora de dormir. E tem gente que vira estrela por se sentir deus, como Britney Spears.
E a humanidade a cada dia esquece de que é mortal e que há bens transcendentes que não se conquista como um capricho do momento. Se a visão estiver cheia de objetos de prazer e sonhos de consumo, como será possível ver céus e terra?

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

O lucro do diabo


Dessa vez eu falar do diabo! Não é muito do meu feitio falar dele. Nunca fui daqueles crentes que vêm ele em todos os lugares. Mas tenho me esforçado para aprender as façanhas do grande acusador dos servos do Senhor. Passei a ler o trabalho de Daniel Mastral. Para o escritor, uma das maiores farsas do diabo é convencer as pessoas que ele não existe.

Ele existe. E é mais sutil e sagaz do que a maioria dos crentes pensa. Convive há tempos com a humanidade e conhece suas fraquezas. Para Brennan Manning, ele é o grande ilusionista, que enverniza a verdade. De acordo com o autor, ele “incita-nos a dar importância ao que não tem importância, veste com falso resplendor o que é menos importante e nos desvia do que é insuperavelmente verdadeiro. O diabo nos faz viver num mundo de ilusão, devaneios e sombras”.

Não há trabalho mais lucrativo para o pai da mentira. Dizem que ele é como um ladrão que entra numa joalheria no silêncio da noite. Sem deixar vestígios do arrombamento, ele troca os preços das mercadorias. No dia seguinte, vai à loja e compra o que tem de mais precioso por preço de bijuteria barata. Assim os homens perdem a vida, a família e uma eternidade com Jesus e ganham em troca um pouco de vaidade, orgulho, prazer e poder. Será que é um bom negócio? Pergunte ao diabo!