terça-feira, 21 de julho de 2009

A sub-gente

Uma sequência tão grande de escândalos, como a que os brasileiros tem acesso contínuo na mídia, pode levar a uma reflexão: por onde anda a humanidade de algumas pessoas. Envolvidas por uma sede insaciável por poder e riquezas, elas são capazes de tudo por tão pouco. E a coisa chega ao ilimitado, como um vício, como qualquer outro, que desfigura o ser humano. Como pode alguém não ter o menor escrúpulo e roubar o que seria destinado à alimentação de famintos maltrapilhos só para conseguir um castelo ainda mais oponente ou comprar um estado inteiro, cheio de miseráveis?

Seria possível alguém fazer o mal a outro visando uma meta
egoísta, mas tida como legitima, como dar condições melhores aos filhos, enfim realizar um sonho da casa própria. Mas e quando um político tem um projeto pessoal, que envolve todo o seu tempo, para conseguir mais influência e assim obter favores, propinas, cambalachos. Para quê? Para ter mais alguns carros de luxos, puxa-sacos, poder, luxo e luxúria. A custo de quê? De uma população semi-analfabeta, sem condições mínimas de qualquer coisa.

À custa de ter uma simplicidade de viver, de olhar o mundo com um bom olho, de ver as pessoas como próximas e não como recursos para atingir fins. À custa de aproveitar pequenas coisas que fazem dos homens grandes, como uma espiritualidade verdadeira, uma palavra e uma vida transparente diante de sua família.

É, político, quem rouba o dinheiro, pode até roubar a dignidade das pessoas. Mas essa dignidade não pode ser desfrutada pelo ladrão. E ele, refém de seus próprios vícios, vai se definhando e descaracterizando completamente. Mal pode-se acreditar que ele foi uma criança um dia, um ser indefeso e ingênuo. Não é possível. Só pode ser que essa laia de gente saia das redes de esgotos...

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