quinta-feira, 3 de novembro de 2011

E os religiosos

Sabe qual um dos pontos mais intrigantes do evangelho? A relação de Jesus com os líderes religiosos. Para o povo, eles estavam mais próximos de Deus, mas o próprio Deus manda seu filho, eles são incapazes de perceber e tentam matá-lo como se ele fosse um comum que apresenta uma influência sobre a multidão, seus tradicionais seguidores. Ele rompe aquela tradição que oferece a eles prestígio. Então a solução é eliminá-lo. 
Eles perguntam a Jesus: Com que autoridade fazes essas coisas? Mas seu objetivo não é ouvi-lo, compreendê-lo ou tirar uma dúvida. É arrumar um pretexto para sua condenação. A "aproximação" de Deus seria para eles uma fonte de privilégios, não de mudança de vida.
É irônico que Jesus não se comporta como ele imaginava que seria quando viesse o Messias. Eles deviam imaginar que o Messias inicialmente marcaria uma reunião com eles para articular suas novas posições no Reino, assim como um novo presidente precisa hoje de repartir os ministérios com os partidos da coalisão. 
E de repente passa um homem destruindo o mercado no templo que esses líderes apoiavam. E ele arrebata as multidões sem o consentimento deles. Sem a autorização do Sumo Sacerdote, sem beijar a mão dos escribas. Será que ainda hoje tem muito líder nessa mesma condição?

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