terça-feira, 31 de maio de 2011

Meu próprio eu

Para quem está em constante busca de sua personalidade, vale bem o comentário de C.S. Lewis:


Quanto mais nos livramos do que agora chamamos de "nós mesmos", mais nos tornamos verdadeiramente "nos mesmos". Há tanto dele que milhões e milhões de "pequenos cristos", todos diferentes entre si, ainda seriam pouco para expressá-lo completamente. Ele os criou a todos. Ele inventou - como um autor inventa os seus personagens em uma novela - toda aquela variedade de homens e mulheres. Nesse sentido, nossos verdadeiros "eus" estão todos esperando por nós nele. Não é recomendável tentar seu "eu mesmo" sem ele. Quanto mais eu resistir a ele e tentar viver por mim mesmo, mais dominado serei pela minha própria herança, criação, meio social e desejos naturais. De fato, o que eu tão orgulhosamente chamei de "meu próprio eu" acaba se tornando o lugar de encontro para uma série de eventos a que eu jamais dei início e que não consigo parar. O que eu chamo de "meus desejos" acabam se tornando meramente os desejos que emergem do meu organismo físico ou os desejos bombardeados para dentro de mim pelos pensamentos dos outros, ou até sugerido por demônios. Ovos mexidos, bebida e uma boa noite de sono, foi nisso que me reduzi e é isso que está na origem verdadeira do meu vício de me referir a mim mesmo como o cara capaz de fazer amor com a garota sentada a minha frente na cabine do vagão do trem (...). Eu não sou no meu estado natural nem de perto a pessoa que gostaria de ser. A maior parte do que eu chamo de "eu" pode muito facilmente ser explicada. É quando eu me volto para Cristo, quando me entrego a sua personalidade, que eu começo a ter uma personalidade para mim mesmo

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