segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Deus

Como definir uma pessoa que não se vê, não se compreende completamente? Como é possível amá-la sobre todas as coisas? Esse é o desafio maior do cristianismo hoje. Pelo menos, tenho grandes razões para pensar isso.
Já houve um tempo em que as pessoas tinham medo de Deus, outros em que se acreditou que ele não existia. Hoje a questão é outra. Cada um faz uma definição dele, como se ele mudasse de acordo com o egoísmo de um e outro. Quando as pessoas vão falar de Deus numa discussão, normalmente usam verbos em primeira pessoa: “Eu acho que Deus...” ou “eu vejo Deus como...”. É comum as pessoas falarem “eu concordo”, “eu sempre pensei isso”. E o eu vai moldando um imaginário sobre Deus.
Como então amar um conceito tão subjetivo, como amá-lo acima de todas as coisas? O segundo desafio do cristianismo – de amar o próximo como a si mesmo – ainda é um grande problema para pessoas que são tão egocêntricas. Mesmo assim, ainda é possível ver iniciativas em defesa da vida, dos direitos humanos. As pessoas ainda se convencem de alguma forma sobre seu relacionamento com o outro.
Mas e Deus? Ele se molda segundo nossos pensamentos? Se ele é como prega a Bíblia – como ele de fato é – não nos restará nada além de nos rendermos em algum momento de nosso relacionamento com ele. Rendição, prostração, negação de si mesmo, humildade. Impossível agir diferente disso diante dele. Se isso não é assim com a maioria das pessoas, penso que não se pode dizer que elas tenham um relacionamento de verdade com ele.
Falta uma consciência de Deus, fora da cegueira insana que ocorre quando a pessoa está guiada por si mesma.

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