quarta-feira, 6 de junho de 2012

A desiludida realidade

Tem dia que eu fico tão preocupada com o rumo da fé neste mundo. Não vejo mais espaço para as palavras milagre, Deus, desapego, esperança, transformação. Mesmo entre os crentes, percebo dificuldade em ouvir uma história e crer que Deus realmente agiu. É preferível procurar uma explicação lógica para tudo.
Ou se a história realmente é fantástica, as pessoas a tratam como um roteiros hollywoodiano. Sente pelo menos aquela impressão de fortes emoções, que termina quando se desliga a televisão, num retorno a uma dose grande de realidade.
Quando falo sobre Deus e vejo racionalização ou um olhar cético, sinto aquela impressão que o mal tem vencido, com artimanhas como pressa e rotina que massacram as pessoas. Por que não podemos mais contemplar uma faísca de eternidade a nos apontar um caminho novo em meio a tantas trevas mundanas e temporais?
E os crentes pensam que o papel de Deus é apenas oferecer à pessoa aquilo que ela mesma conquistou com seu suor. Não seria sem graça viver uma vida tão ausente da graça de Deus? Será que a graça já não é tão gratuita assim?
Assim reduzimos a nossa vida ao arroz e feijão, regados pela maldade que a mídia apresenta e que busca se arraigar de todas as formas em nosso coração sob o pretexto de ser a serenidade madura de quem observa o mundo de uma ótima mais imparcial e com doses de politicamente correto e de social e ambientalmente responsável.
Se a vida se resume a isso, somos tão infelizes. Parece que o homem moderno abriu mão de parte da sua humanidade. Daquela humanidade toda que veio antes dele e procurava um Deus maior, mais onisciente para adorar. Agora o que as pessoas têm de mais parecido que isso é a internet e suas redes sociais que fazem da onipresença e da onisciência apenas mais um retrato delas mesmas.
Fechadas em seus mundinhos, as pessoas estão tão ausentes do que é de fato espiritual, mais do que apenas um sentir-se bem, como um apanhado de dieta e meditação centradas para elas mesmas. Ausentes de compaixão. E cegas para um mundo inteiro que se passa diante de seus olhos. E agora?

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